Uma comitiva formada por técnicos, consultores e produtores rurais, sob a coordenação da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), percorreu diferentes regiões do Estado durante uma semana. A missão principal foi identificar áreas aptas à instalação de unidades de testes de clones de café canéfora (conilon e robusta).

Comitiva visitou oito municípios em diferentes regiões agroclimáticas                    Foto: Divulgação/Faec

A iniciativa integra o plano estratégico do presidente da Faec, Amílcar Silveira, voltado à ampliação da produção de itens agropecuários de maior valor agregado. A proposta busca revitalizar a cafeicultura no Ceará – atividade que já desempenhou papel econômico expressivo, mas que hoje enfrenta entraves de ordem tecnológica e produtiva.

O roteiro contemplou visitas aos municípios de Marco, Granja, Camocim, Viçosa do Ceará, Varjota, Juazeiro do Norte, Russas e Limoeiro do Norte, abrangendo as regiões do Baixo Acaraú, Serra da Ibiapaba, Cariri e Chapada do Apodi. Esses territórios apresentam condições agroclimáticas diversas, consideradas estratégicas para avaliar o desempenho de distintos materiais genéticos de café canéfora.

A comitiva reuniu nomes de referência na pesquisa e no desenvolvimento agrícola, entre eles Odílio Coimbra, assessor da Presidência da Faec; José Roberto Vieira Júnior, chefe de Pesquisa da Embrapa Agroindústria Tropical, e Marcelo Curitiba, pesquisador da Embrapa Café. Representantes da Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE) do Ceará, empresários e produtores rurais também integraram a missão.

Especialistas participam da missão

O grupo contou ainda com dois especialistas em café conilon e robusta da Embrapa, vindos do Espírito Santo e de Rondônia – incluindo um engenheiro agrônomo com experiência direta em assistência técnica a cafeicultores capixabas – que participaram das análises de campo ao lado das equipes da SDE e da Faec.

Segundo o pesquisador Marcelo Curitiba, as regiões visitadas exibem elevado potencial para o cultivo de café canéfora, embora o Ceará ainda enfrente um “desafio cultural e tecnológico” para consolidar a atividade de forma competitiva. Ele reforça que pontos como manejo adequado, seleção criteriosa de materiais genéticos e modernização dos sistemas produtivos serão decisivos para o êxito do projeto.

Para Odílio Coimbra, a missão tem caráter estratégico ao buscar alternativas de maior valor agregado capazes de ampliar a renda dos produtores cearenses. Ele recorda que levantamentos anteriores realizados pela Faec já apontavam o café canéfora como uma cultura promissora, desde que acompanhada de tecnificação adequada e de ajustes às particularidades regionais.