Avanço Tecnológico
Demanda por conexão de data centers dispara após novo programa federal
Por Redação - Em 23/11/2025 às 12:01 AM

A expansão acelerada dos data centers exige respostas rápidas para evitar pressão sobre a infraestrutura elétrica
A procura por novas conexões de data centers à rede elétrica nacional registrou um salto expressivo desde a criação do Redata, iniciativa do governo federal lançada em setembro para estimular investimentos no setor. Dados atualizados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que, em apenas dois meses, o volume de projetos que solicitaram acesso ao sistema cresceu 32,3%, alcançando 26,2 GW em novembro.
O movimento chama atenção pelo contraste com a estrutura atual: o país possui menos de 1 GW em data centers em operação. Caso todos os empreendimentos solicitados avancem, a demanda adicional equivaleria a mais de um quarto do consumo elétrico nacional.
A EPE, entretanto, alerta que a concretização dos projetos depende de fatores como viabilidade financeira, disponibilidade de transmissão e infraestrutura de telecomunicações. Muitos pedidos chegam ainda em fase preliminar, antes da definição de contratos ou garantias de execução, o que dificulta estimativas confiáveis sobre o crescimento real do setor. O órgão teme que decisões bilionárias em reforços de rede sejam tomadas com base em uma demanda superdimensionada.
Focos regionais
O avanço mais acelerado do setor segue concentrado em São Paulo, especialmente nas regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas. Para atender a expansão prevista, a EPE já recomendou ao governo cerca de R$ 1,6 bilhão em investimentos em transmissão, capazes de liberar aproximadamente 4 GW em nova margem de conexão. Estudos adicionais devem embasar os leilões previstos para 2026, com potencial de ampliar em mais 5 GW a capacidade de atendimento no estado.
No Rio de Janeiro, a empresa prepara para 2026 um estudo específico sobre a inserção de grandes cargas, avaliando alternativas para acomodar cerca de 4 GW de novos projetos. Iniciativas semelhantes estão em andamento no Rio Grande do Sul — onde a Scala Data Centers planeja um complexo de grande porte na região metropolitana de Porto Alegre — e no Nordeste, que busca ampliar em 4 GW sua capacidade de conexão de grandes clientes.
Tecnologias para ganhar tempo
Como a construção de novas linhas de transmissão pode levar anos, a EPE também estuda soluções capazes de ampliar, no curto prazo, o uso da infraestrutura existente. Entre as alternativas analisadas estão equipamentos FACTS, que permitem maior controle de fluxo de energia, e dispositivos DLR, que flexibilizam limites operativos de linhas atuais.
Apesar das incertezas, o ritmo dos pedidos indica uma mudança estrutural no interesse global pelo Brasil como polo de infraestrutura digital — movimento que, se confirmado, exigirá planejamento preciso para evitar gargalos e proteger o consumidor de custos desnecessários.
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