Dados do Dubai International Financial Centre mostram a presença de 120 escritórios familiares que, juntos, administram aproximadamente US$ 1,2 trilhão

O fluxo global de milionários para os Emirados Árabes Unidos deve ganhar força no próximo ano, segundo projeções da Henley & Partners. A consultoria britânica estima que o país deve atrair 9,8 mil indivíduos de alta renda em 2025, reforçando sua posição como um dos principais destinos para grandes fortunas. A previsão indica uma aceleração do movimento observado em 2024.

O ambiente de negócios em Dubai segue como um dos motores dessa tendência. Dados do Dubai International Financial Centre (DIFC) mostram a presença de 120 escritórios familiares que, juntos, administram aproximadamente US$ 1,2 trilhão. O centro financeiro também registrou expansão significativa na criação de estruturas voltadas à gestão de patrimônio, como veículos familiares e fundações.

Embora o DIFC não detalhe a origem dos recursos, levantamentos independentes mostram que brasileiros têm ampliado sua presença no emirado. De acordo com a plataforma MH/Q, especializada em estruturação patrimonial, o volume de ativos de famílias brasileiras organizados em Dubai alcançou US$ 1,5 bilhão, avanço expressivo em relação ao ano anterior. O número de famílias assessoradas pela empresa passou de 18 em 2024 para 30 atualmente.

Para a advogada Kath Zagatti, responsável pela área de private wealth da MH/Q, o movimento reflete uma migração de jurisdições tradicionalmente escolhidas por grandes fortunas. “Há uma busca por alternativas mais dinâmicas. Países que sempre foram referência, como a Suíça, deixaram de ser a primeira opção para alguns clientes”, afirma.

O fenômeno também é observado por outras empresas instaladas em Dubai, parte de um ecossistema de cerca de 400 companhias especializadas em atender investidores de alto patrimônio. O emirado tem consolidado sua imagem como um polo global para famílias abastadas que buscam segurança jurídica, ambiente regulatório estável e vantagens tributárias.