INOVAÇÃO
As companhias que redefinem o futuro dos negócios no país
Por Redação - Em 26/11/2025 às 2:00 PM

De bioinsumos à inteligência artificial, diversos setores vêm usando pesquisa e tecnologia para ampliar faturamento e fortalecer sua competitividade FOTO: Freepik
Empresas brasileiras e multinacionais com forte presença no país vêm ampliando investimentos em inovação para ganhar eficiência, abrir novos mercados e responder a demandas crescentes por sustentabilidade e digitalização. De bioinsumos no campo à inteligência artificial em grandes grupos de serviços, um conjunto de iniciativas recentes mostra como diferentes setores da economia tenta transformar pesquisa e tecnologia em crescimento de faturamento e ganho de competitividade. A Forbes destacou uma lista com as dez empresas mais inovadoras do Brasil.
No agronegócio, a Biotrop organiza sua estratégia em torno dos insumos biológicos, com foco na agricultura tropical. A companhia, criada em 2018, desenvolve inoculantes, bioestimulantes e biofertilizantes, aposta em bioherbicidas e mantém centros de inovação no Brasil, Estados Unidos e Europa. O trabalho de prospecção de microrganismos em biomas diversos, aliado ao uso de bioinformática e bases de dados genômicas, sustenta um pipeline próprio de produtos e um número crescente de pedidos de patentes verdes, com ambição de disputar espaço com defensivos químicos no mercado global.
Na indústria automotiva, a chinesa BYD consolidou a liderança em veículos elétricos e intensificou o foco no Brasil. A fábrica na Bahia, construída em 15 meses, simboliza a estratégia de nacionalizar parte da produção e usar o país como plataforma de expansão. Além da montagem de veículos elétricos, a companhia desenvolve soluções locais, como o primeiro híbrido plug-in flex voltado ao uso de etanol, e amplia a atuação em armazenamento de energia e baterias, área em que historicamente se destaca.
A Embraer, por sua vez, investe em um “laboratório voador” para acelerar testes de novas tecnologias. A Plataforma Demonstradora de Novas Tecnologias permite ensaios em voo com menor custo e risco, apoiada por recursos públicos e parcerias com empresas e instituições de pesquisa. A iniciativa se soma a projetos como o KC-390, aeronave multimissão já adotada por forças aéreas estrangeiras, e a uma agenda de inovação aberta que envolve startups, universidades e programas internos para disseminar cultura inovadora entre os mais de 20 mil funcionários.
No setor farmacêutico, a EMS canaliza esforços para se posicionar na fronteira dos tratamentos com GLP-1, hormônio associado ao controle de diabetes e obesidade. A empresa criou uma plataforma própria de pesquisa em peptídeos, lançou canetas injetáveis produzidas integralmente no Brasil e reforçou seu time de pesquisa e desenvolvimento, hoje com centenas de cientistas. Os investimentos em laboratórios, modernização de fábricas e uso de inteligência artificial no desenho de moléculas buscam encurtar o tempo entre a descoberta e a chegada de novos medicamentos ao mercado.
A transição energética e a digitalização também impulsionam mudanças em setores de infraestrutura e construção. A Isa Energia Brasil adotou baterias em larga escala para estabilizar a rede em momentos de pico de consumo e passou a usar drones e IA para inspecionar subestações e linhas de transmissão, reduzindo tempo de análise e aumentando a confiabilidade. Já a MRV, maior incorporadora de capital aberto do país, aposta em módulos industrializados de banheiros e cozinhas, modelagem BIM e assistentes de IA para engenharia, vendas e atendimento, na tentativa de padronizar processos, reduzir custos e acelerar obras.
No varejo de tecnologia e consumo, grupos como Totvs, Porto e Vulcabras desenham ecossistemas próprios para sustentar crescimento. A Totvs reorganizou seu portfólio com a incorporação da Linx, ampliando a oferta de software e soluções de IA para pequenos e médios negócios. A Porto integrou seguros, saúde, banco e serviços em uma única plataforma, apoiada por análise massiva de dados. Já a Vulcabras reforçou seu centro de P&D, desenvolveu tênis com placa de grafeno e investiu em energia limpa nas fábricas. Em comum, todas essas iniciativas apontam para um cenário em que inovação deixa de ser acessório e passa a ser condição de sobrevivência em mercados cada vez mais disputados.
Mais notícias
DO PIAUÍ AO CEARÁ




























