Projétil foi lançado na última sexta, 28 de novembro. Fotos: Agência Força Aérea

A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou, em 28 de novembro, o Exercício Técnico BVR-X em Natal (RN), voltado ao aperfeiçoamento do uso de armamentos além do alcance visual. O treinamento incluiu dois disparos reais do míssil Meteor a partir de aeronaves F-39E Gripen contra alvos Mirach 100/5, que simularam caças em alta velocidade.

O resultado confirmou a eficiência do conjunto Gripen–Meteor, apontado pela FAB como essencial para a defesa aérea. O Primeiro Grupo de Defesa Aérea (1º GDA) atuou com quatro Gripen, enquanto o Grupo Logístico de Anápolis cuidou da preparação técnica.

Local escolhido

Segundo o Comandante da Base Aérea de Natal, Brigadeiro do Ar Breno Diogenes Gonçalves, a região foi escolhida por oferecer área segura, boa visibilidade e condições meteorológicas favoráveis. “A escolha por Natal é pelo fato de a região ser emblemática historicamente […] e por proporcionar tanto uma área segura para o emprego do armamento, quanto à condição meteorológica”.

Para garantir a segurança da área de testes, aeronaves de patrulha marítima monitoraram embarcações próximas ao local dos disparos. O exercício reforçou a evolução tecnológica e operacional da FAB no uso de armamentos de longo alcance.

Base Aérea de Natal foi o local escolhido para o teste

Meteor

O Meteor possui motor ramjet de empuxo variável, que mantém ou aumenta a velocidade até atingir o alvo, e um link de dados que permite atualizar a rota durante o voo, inclusive com informações de outras aeronaves. Pode ainda ser lançado sem emitir sinais de radar, dificultando a detecção. O executivo da MBDA no Brasil, Ricardo Mantovani, destacou que o míssil é resultado de um programa europeu de cooperação industrial e se destaca justamente pela propulsão.

O Major Aviador Gregor Gaspar explicou que os pilotos passaram por treinamentos da fabricante SAAB e usaram o simulador mission trainer para praticar os cenários do exercício. A MBDA, empresa que produz o Meteor, forneceu suporte técnico e conhecimentos ao Instituto de Aplicações Operacionais, como parte do acordo de compensação que envolve transferência de tecnologia.