O movimento dos mercados segue atento ao cenário de juros, inflação e resultados corporativos

A XP Investimentos revisou para cima sua estimativa de valor justo do Ibovespa para 2026. A projeção passou de 170 mil para 185 mil pontos, reflexo da percepção de que as taxas reais de longo prazo iniciaram um movimento de queda, apoiadas por fluxos domésticos mais firmes e aumento do apetite de investidores estrangeiros.

A corretora trabalha com quatro modelos para compor o cenário-base. O primeiro é o fluxo de caixa descontado, que considera atualmente um WACC de 13,3%. O segundo utiliza um múltiplo de preço/lucro (P/L) de 11 vezes, alinhado à média histórica. O terceiro leva em conta um múltiplo EV/Ebitda de 6 vezes, ligeiramente inferior ao padrão de longo prazo. A quarta abordagem é bottom-up, calculada a partir dos preços-alvo definidos pelos analistas da XP para cada ação do índice.

Com essas premissas, o Ibovespa ficaria entre 175,9 mil e 198,8 mil pontos, dependendo do modelo aplicado, e a média resultante chega aos 185,4 mil pontos — nível adotado como referência pela corretora.

No cenário otimista, marcado por juros reais estimados em 5,5% e lucros corporativos 10% maiores que os projetados no cenário-base, o índice pode atingir valor justo médio de 223,9 mil pontos. As projeções individuais variam de 214,7 mil a 234,8 mil pontos, conforme a metodologia utilizada.

Já no cenário pessimista, que incorpora juro real de 8,5%, múltiplos mais baixos e recuo de 10% nas estimativas de lucros e Ebitda, o valor justo médio cai para 144,5 mil pontos. Nesse ambiente, os alvos para o Ibovespa oscilam de 128,2 mil a 155,1 mil pontos.

Para a XP, o movimento recente de queda das taxas reais abre espaço para reprecificação dos ativos locais, especialmente se o fluxo de capital estrangeiro se mantiver robusto ao longo de 2025 e 2026.