Visão macroeconômica
Dólar deve guiar desempenho da economia brasileira em 2026, aponta Bank of America
Por Redação - Em 12/12/2025 às 12:01 AM

O Bank of America projeta a continuidade da fraqueza da moeda americana no próximo ano, cenário que favorece países emergentes
Com um ano eleitoral pela frente e incertezas sobre os candidatos e suas propostas econômicas, o comportamento do dólar deve se tornar o principal fator de influência sobre a economia brasileira em 2026. A avaliação é do chefe de economia para Brasil e estrategista para a América Latina do Bank of America (BofA), David Beker, que projeta continuidade da fraqueza da moeda americana no próximo ano, cenário que favorece países emergentes.
Segundo o economista, a valorização do real tende a aliviar a inflação, reduzir custos de importação e melhorar o poder de compra de empresas e consumidores. Ele explica que a dinâmica atual do câmbio é determinada principalmente pelo ambiente externo e pelos juros elevados no Brasil, que seguem atraindo operações de carry trade. Com a Selic a 15% ao ano, investidores captam recursos em países com taxas menores e aplicam em ativos brasileiros, beneficiando a moeda local.
Beker afirma que grande parte do movimento de desvalorização do dólar ocorreu desde a eleição de Donald Trump, mas avalia que a política econômica americana deve manter a moeda em níveis favoráveis a mercados emergentes. A estratégia, diz ele, tende a reforçar a competitividade das exportações dos Estados Unidos.
Juros
O BofA projeta que o ciclo de cortes da Selic começará no início de 2026, com um movimento inicial de 0,5 ponto percentual. A estimativa é que a taxa encerre o ano em 11,25%. Apesar da decisão recente do Copom de manter os juros em 15%, Beker vê espaço para flexibilização ao longo do próximo ano.
Inflação
A expectativa do banco é que o IPCA recue de 4,5% em 2025 para 4% em 2026, ainda acima da meta definida pelo Banco Central. No cenário global, a pressão baixista sobre preços deve ser influenciada pela China, que segue exportando manufaturados com valores competitivos.
PIB
A projeção é que a economia brasileira cresça 2% em 2026, após avanço estimado de 2,5% em 2025. O economista atribui a desaceleração à perda de fôlego do setor de serviços, aos efeitos de uma política fiscal menos expansionista e ao impacto contínuo dos juros elevados.
Para Beker, os dados recentes do PIB já mostram um ritmo mais fraco de crescimento e reforçam que a economia deve entrar 2026 em um ambiente de menor impulso, dependente sobretudo do comportamento do dólar e do cenário externo.
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