ESTUDO DA SUDENE

Isenção do imposto de renda deve injetar R$ 1,7 bilhão na economia do Nordeste

Por Marcelo Cabral - Em 15/12/2025 às 1:24 PM

Os efeitos da Lei nº 15.250/2025, previstos para janeiro de 2026, devem gerar uma injeção anual de R$ 1,7 bilhão na economia do Nordeste e beneficiar 15 milhões de contribuintes em todo o País. A estimativa é da unidade de Estudos e Pesquisas da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O valor corresponde a cerca de 7% da renúncia fiscal nacional projetada pelo Governo Federal, que soma R$ 25,8 bilhões. A medida estabeleceu a isenção do Imposto de Renda Pessoa Física para quem ganha até R$ 5 mil, além de descontos para quem recebe até R$ 7.350,00 mensais.

Recursos podem ser usados na compra de alimentos ou outros itens           Foto: Douglas Filho/Portal IN

O estudo indica que a isenção para trabalhadores que recebem até R$ 5 mil – aliada aos descontos aplicados à faixa até R$ 7.350,00 -, deve ampliar a renda disponível no Nordeste em aproximadamente R$ 126,7 milhões por mês. Bahia (31,47%), Pernambuco (21,06%) e Ceará (16,02%) respondem por 68,55% desse total mensal. Na sequência aparecem Maranhão (8,60%), Rio Grande do Norte (5,79%), Paraíba (5,09%), Alagoas (4,65%), Piauí (3,71%) e Sergipe (3,61%). Em valores absolutos, os acréscimos mensais variam de cerca de R$ 5 milhões em Sergipe e Piauí, passando para a faixa de R$ 6 a R$ 11 milhões em Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Maranhão. No Ceará, a estimativa é de R$ 20 milhões, quase R$ 27 milhões em Pernambuco e cerca de R$ 40 milhões na Bahia.

Para o superintendente da Sudene, Francisco Alexandre, a medida demonstra o compromisso do Governo Federal com o aumento do poder de compra das famílias e com a atividade econômica do Nordeste. “A ampliação da isenção do imposto de renda cria condições reais para que mais trabalhadores movimentem o comércio, estimulem a produção e fortaleçam a economia regional”, asseverou o gestor.

A análise projeta que o efeito anual para a região aproxima-se de R$ 2 bilhões. Mesmo abaixo desse teto, a Sudene destaca que a medida tem forte impacto multiplicador, por incidir diretamente sobre famílias com alta propensão ao consumo, um vetor importante para dinamizar a economia local. “Os consumidores podem optar por fazer uma feira maior, por exemplo, adicionando itens que não costumavam adquirir antes. Ou direcionar para a aquisição de outros bens como roupas, calçados e até eletrodomésticos. Por outro lado, o estímulo gerado pela renda extra pode fazer até com que as empresas tomem mais empréstimos para expandir a produção”, comenta o economista da Sudene, Miguel Vieira.

Metodologia usada no estudo

A Sudene distribuiu os vínculos empregatícios por faixas de renda e adotou valores centrais para cada faixa, aplicando a calculadora de desconto do Imposto de Renda do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os descontos apontados pela calculadora foram multiplicados pela quantidade de trabalhadores formais em cada faixa, conforme o modelo de cálculo definido pela Lei nº 15.270/2025.

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