Fantasmagory, da coleção Les Extraits Louis Vuitton, em frasco-escultura desenhado por Frank Gehry

Um ano depois de inaugurar a categoria de fragrâncias no Brasil, a Louis Vuitton amplia esse capítulo sensorial e leva o Les Parfums Louis Vuitton ao Rio de Janeiro, em estreia exclusiva na loja do Shopping Village Mall. Após uma temporada restrita à Global Store do Cidade Jardim, em São Paulo, a chegada à capital fluminense marca um novo momento da Maison no país — menos como expansão comercial e mais como convite à experiência, ao tempo lento e ao gesto íntimo de escolher um perfume como extensão da própria identidade.

Desde 2016, a coleção carrega a assinatura do Mestre Perfumista Jacques Cavallier Belletrud, nascido em Grasse e herdeiro de uma tradição familiar que atravessa gerações. À frente do laboratório Les Fontaines Parfumées, propriedade do século XVII restaurada no sul da França, Cavallier construiu uma ponte delicada entre herança e inovação, criando fragrâncias que traduzem os valores centrais da Louis Vuitton: viagem, imaginação e emoção. O resultado está nas 34 criações agora disponíveis no Rio — dos ícones Imagination, Ombre Nomade, Attrape-Rêves e Spell on You aos lançamentos recentes, como Sun Song, eLVes e Fantasmagory, além das coleções especiais Les Parfums de Cologne, em colaboração com o artista californiano Alex Israel, e Les Extraits, desenvolvida ao lado de Frank Gehry.

A chegada de Les Parfums Louis Vuitton ao Rio também amplia a presença da Maison no país sob uma leitura contemporânea da perfumaria como extensão da Haute Couture. Cada fragrância nasce de um processo artesanal rigoroso, no qual matérias-primas raras, técnicas de extração de ponta e tempo criativo caminham juntos. São perfumes pensados para acompanhar jornadas pessoais — não como tendência passageira, mas como assinatura sensorial duradoura, em frascos que recebem o mesmo cuidado estético dedicado às bolsas, malas e peças de ready-to-wear da marca.

Dentro desse universo mais raro, Fantasmagory ocupa um lugar singular. Criada por Jacques Cavallier Belletrud em colaboração com Frank Gehry, a fragrância propõe uma leitura inédita da baunilha, tratada não como nota confortável, mas como matéria-prima luminosa e surpreendente. Inspirada nos espetáculos ópticos e ilusões teatrais do século XVIII, a composição revela anis, nuances florais e de couro, amêndoa italiana e gengibre extraído por CO₂, culminando em uma baunilha tahitensis da Papua-Nova Guiné, processada por criogenia para alcançar pureza aromática absoluta. A sensação final é de leveza e brilho, como se a essência natural da baunilha tocasse a pele em estado quase etéreo.

O diálogo criativo com Frank Gehry também se materializa no frasco. O arquiteto imprime movimento e fluidez à silhueta criada por Marc Newson, suaviza curvas, captura a luz e desenha uma tampa que remete a pétalas metálicas em suspensão. O vidro revela uma tonalidade amarela vibrante, que cintila em reflexos esverdeados ao contato com a luz — uma leitura visual da própria fragrância em dissipação.

Ao levar Les Parfums Louis Vuitton ao Village Mall, a Maison apresenta aos cariocas um convite à perfumaria como linguagem silenciosa de estilo, tempo e identidade. Um gesto de sofisticação discreta que transforma o ato de perfumar-se em uma jornada sensorial íntima, autoral e conectada à arte de viajar que define a Louis Vuitton desde 1854.