AGRONEGÓCIO
Brasil ultrapassa EUA e assume liderança na produção de carne bovina
Por Redação - Em 17/12/2025 às 11:00 AM

A projeção indica produção brasileira de 12,35 milhões de toneladas, enquanto os norte-americanos devem alcançar 11,81 milhões de toneladas FOTO: Freepik
O Brasil deve assumir em 2025 a liderança global na produção de carne bovina, ultrapassando os Estados Unidos, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A projeção indica produção brasileira de 12,35 milhões de toneladas, enquanto os norte-americanos devem alcançar 11,81 milhões de toneladas, considerando o peso do animal abatido.
Será a primeira vez que o Brasil ocupa o topo do ranking do USDA, cuja série histórica começou na década de 1960 e sempre teve os EUA como principal produtor. O volume estimado pelo órgão norte-americano supera, inclusive, a previsão mais recente do governo brasileiro. Em novembro, a Conab projetou produção de 11,38 milhões de toneladas em 2025, já apontando crescimento na comparação anual.
Para 2026, o USDA prevê um ajuste no mercado, com redução da produção brasileira e volumes praticamente equivalentes entre os dois países. A estimativa é de 11,7 milhões de toneladas para o Brasil e 11,71 milhões para os Estados Unidos.
O cenário internacional foi influenciado ao longo do ano por medidas comerciais adotadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que impôs tarifas adicionais à importação de diversos produtos, incluindo a carne bovina. A política coincidiu com uma forte restrição na oferta doméstica americana, resultado da menor disponibilidade de gado.
Os Estados Unidos enfrentam o menor nível de rebanho em quase 75 anos, após anos de seca que comprometeram pastagens e elevaram os custos de alimentação. A situação foi agravada pela suspensão da maior parte das importações de gado mexicano, adotada por motivos sanitários, o que reduziu ainda mais a oferta no país.
Com a escassez, os preços da carne subiram, pressionando a inflação e elevando os custos para frigoríficos. Grandes processadoras anunciaram ajustes nas operações: a JBS informou o fechamento definitivo de uma unidade na região de Los Angeles, enquanto a Tyson Foods anunciou, em janeiro, o encerramento de uma planta de abate em Nebraska.
Mesmo com a imposição temporária de tarifas, o Brasil manteve desempenho relevante no comércio exterior. Em setembro, o país registrou recorde mensal de exportações de carne bovina, segundo dados da Secex, impulsionado pela diversificação de destinos, com aumento de embarques para mercados como México e Argentina. As tarifas aplicadas pelos EUA sobre a carne brasileira foram suspensas em novembro.
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