Entre os destaques do portfólio, o live action de “Lilo & Stitch” tornou-se um dos maiores sucessos do ano, enquanto “Zootopia 2” confirmou o peso do mercado internacional

A Disney encerra 2025 com um desempenho financeiro que sinaliza a consolidação da retomada do setor cinematográfico global. Os estúdios do conglomerado ultrapassaram a marca de US$ 6 bilhões em bilheteria mundial, resultado que representa o melhor desempenho anual desde o período anterior à pandemia de Covid-19 e recoloca a empresa no centro da engrenagem econômica de Hollywood.

O avanço ocorre após um ciclo de lançamentos altamente rentáveis, em que múltiplas produções superaram US$ 1 bilhão em arrecadação, reforçando a estratégia do estúdio de apostar em franquias consolidadas, forte apelo internacional e distribuição global agressiva. O resultado já supera o faturamento total obtido pela companhia em todo o ano passado, quando a bilheteria global somou cerca de US$ 5,5 bilhões.

Entre os destaques do portfólio, o live action de “Lilo & Stitch” tornou-se um dos maiores sucessos do ano, enquanto “Zootopia 2” confirmou o peso do mercado internacional — especialmente a China — como vetor essencial de crescimento de receitas para os grandes estúdios. Juntos, os títulos responderam por uma parcela significativa do faturamento anual da empresa.

O cenário tende a ganhar novo fôlego com “Avatar: Fogo e Cinzas”. O filme reforça uma dinâmica recorrente da franquia: aberturas sólidas seguidas de desempenho prolongado ao longo das semanas, impulsionado por mercados externos e formatos premium.

Estratégia

Do ponto de vista econômico, o desempenho da Disney reflete ganhos de escala e uma estratégia baseada em ativos intelectuais de alto valor. Desde a década passada, aquisições como Marvel e Lucasfilm permitiram ao grupo criar um pipeline recorrente de blockbusters, reduzindo riscos e aumentando a previsibilidade de receitas — um diferencial em um setor ainda impactado por mudanças no comportamento do consumidor e pela concorrência do streaming.

Embora o mercado global de ingressos ainda não tenha retornado aos níveis pré-2020, a Disney demonstra capacidade de capturar uma fatia desproporcional da demanda existente, convertendo grandes lançamentos em eventos globais. Esse movimento também fortalece receitas indiretas, como licenciamento, produtos e expansão do catálogo em plataformas digitais.

Concorrência

Outros grandes estúdios também registraram desempenho expressivo ao longo do ano, com a Warner Bros. superando a marca de US$ 4 bilhões em bilheteria, impulsionada por franquias e títulos de forte apelo popular. Ainda assim, a distância em relação à Disney evidencia a concentração de resultados nas mãos de poucos players capazes de sustentar produções de grande orçamento e alcance mundial.

Perspectivas

Se a performance de “Avatar: Fogo e Cinzas” mantiver o ritmo durante o período de festas, a Disney poderá ampliar ainda mais sua vantagem financeira e encerrar o ano com um resultado próximo dos seus ciclos históricos mais lucrativos. Para analistas do setor, o desempenho reforça a tese de que, apesar das transformações no consumo de entretenimento, o cinema de grande escala segue sendo um motor relevante de receitas quando combinado a marcas globais e distribuição eficiente.