CRÉDITO
Endividamento das famílias avança e alcança 49,3% da renda
Por Redação - Em 27/12/2025 às 12:41 AM

Apesar de sinais recentes de acomodação, o comprometimento permanece em patamar elevado, exigindo cautela tanto das famílias quanto das instituições financeiras FOTO: Freepik
O nível de endividamento das famílias brasileiras voltou a subir em outubro, alcançando 49,3% da renda, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). O indicador avançou 0,2 ponto percentual no mês e acumula alta de 1,2 ponto percentual em 12 meses. Já a fatia da renda comprometida com o pagamento de dívidas chegou a 29,4%, após aumentos de 0,6 ponto percentual na comparação mensal e de 2,2 pontos percentuais em um ano.
Apesar de sinais recentes de acomodação, o comprometimento permanece em patamar elevado, exigindo cautela tanto das famílias quanto das instituições financeiras. O cenário impõe limites à expansão do crédito, ao mesmo tempo em que pressiona bancos a equilibrar crescimento e qualidade das carteiras.
A taxa média de juros das novas concessões atingiu 31,9% ao ano, com leve alta no mês e avanço expressivo em 12 meses. Nas operações destinadas às empresas, os juros médios ficaram em 20,6% ao ano, enquanto, para as famílias, chegaram a 37% ao ano, ainda que ambos os segmentos tenham registrado recuo mensal.
O spread bancário — diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada ao tomador — subiu para 20,9 pontos percentuais, movimento que favorece as margens financeiras, mas pode restringir a demanda por crédito, especialmente entre consumidores mais sensíveis ao custo.
No crédito com recursos livres, a taxa média alcançou 46,7% ao ano em novembro, com destaque para o crédito às famílias, que avançou para 59,4% ao ano, pressionado por altas no crédito pessoal não consignado e nas modalidades de cartão de crédito.
A inadimplência permaneceu estável em 3,8% da carteira total, considerando atrasos superiores a 90 dias, embora ainda acima da média histórica. No crédito livre às pessoas físicas, o índice ficou em 6,3%, enquanto, para as empresas, atingiu 2,9%. Analistas apontam que a estabilidade recente não elimina a necessidade de critérios rigorosos na concessão, sobretudo em linhas de maior risco.
O estoque total de crédito cresceu 0,9% em novembro, somando R$ 7 trilhões. Em 12 meses, o ritmo de expansão desacelerou para 9,5%. O crédito às famílias segue como principal motor do crescimento, impulsionado por operações de crédito pessoal, financiamento de veículos e uso do cartão de crédito, enquanto as linhas direcionadas continuam ganhando espaço no sistema financeiro.
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