A Secretaria Executiva da Indústria (Sexec-Ind), vinculada à Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Ceará (SDE), chega ao final de 2025 reposicionando o Ceará no mapa da economia global. Com avanços expressivos em transição energética, tecnologia de ponta e interiorização do desenvolvimento, o Estado consolida uma estratégia que alia inovação, sustentabilidade e atração de grandes investimentos privados. Apenas um dos projetos anunciados – o mega data center fruto da parceria entre a ByteDance, controladora do TikTok, e a Casa dos Ventos, do empresário cearense Mário Araripe -, prevê aportes da ordem de R$ 200 bilhões.

Hub de Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém, em implantação           Fotos: Carlos Gibaja/Casa Civil

“As ações da Sexec-Ind em 2025 foram marcadas pela presença em grandes fóruns internacionais, pelo lançamento de projetos estruturantes e pela atração de investimentos de escala global. Essa atuação foi decisiva para projetar o Ceará nas agendas de sustentabilidade e energias renováveis”, afirma Brígida Miola, secretária executiva de Indústria da SDE.

Um dos marcos do ano foi a coordenação do Grupo de Trabalho de Transição Energética durante a COP 30, realizada no Pará. A iniciativa ampliou a visibilidade das políticas públicas do Nordeste e consolidou o protagonismo regional na formulação de soluções sustentáveis para o futuro energético do Brasil.

Hidrogênio verde e energias renováveis

No campo do desenvolvimento sustentável, o Governo do Ceará lançou, em maio, a Plataforma de Hidrogênio Verde (H²V) durante o World Hydrogen Summit 2025, em Roterdã. Desenvolvida em parceria com a Adece, a FIEC e o Complexo do Pecém, a ferramenta reúne dados estratégicos sobre o potencial energético renovável do Estado, com foco na atração de empresas e no fortalecimento do Hub de H²V. A plataforma foi reconhecida internacionalmente ao conquistar o prêmio EU Esri 2025, por votação popular, na categoria de inovação tecnológica.

Ao longo do ano, a SDE também apoiou a negociação de três Memorandos de Entendimento na cadeia de energias renováveis – especialmente eólica e solar fotovoltaica -, com empresas estrangeiras – um já assinado e dois em fase final -, além de firmar um Protocolo de Intenções com o Ministério da Economia, Indústria, Proteção Climática e Energia da Renânia do Norte-Vestfália, na Alemanha, abrindo um canal estratégico de cooperação em energias limpas, economia de baixo carbono e logística portuária.

Parques solares estão gerando desenvolvimento econômico em áreas interioranas do território cearense

Tecnologia, dados e inteligência econômica

O avanço tecnológico foi outro eixo central de 2025. Está em desenvolvimento um convênio entre o Governo do Ceará, por meio da SDE, e o Observatório da Indústria da FIEC para a criação de um Hub de Inteligência Estratégica e Especialização Inteligente, que mapeará as vocações industriais das diversas regiões do Estado. O investimento previsto é de R$ 2,12 milhões.

O Ceará também se consolidou como polo nacional de data centers, com a atração de dois empreendimentos de grande porte. O data center do TikTok, a ser instalado na ZPE do Complexo do Pecém, será o maior do Brasil e o primeiro da empresa na América Latina, com expectativa de gerar mais de 4 mil empregos entre postos temporários e permanentes. Em Fortaleza, seguem as obras do equipamento da Scala Data Center, na Praia do Futuro, com investimento inicial de R$ 250 milhões e projeção de alcançar R$ 1,2 bilhão ao longo do projeto.

Interiorização e recorde de investimentos

Por meio do Conselho de Desenvolvimento Econômico (Condec), responsável pela gestão de empreendimentos beneficiados por incentivos fiscais estaduais, a SDE registrou números históricos. Entre janeiro e novembro, foram firmados acordos com 80 empresas que irão se instalar no Ceará, com potencial de gerar mais de 11.950 empregos diretos e um volume de investimento superior à marca dos R$ 10,3 bilhões.

As ações alcançaram 13 regiões de planejamento, incluindo Cariri, Centro-Sul, Litoral Leste e Serra da Ibiapaba, reforçando a política de descentralização do desenvolvimento. No mesmo período, 29 empresas foram efetivamente implantadas, resultando em mais de 1.800 empregos diretos, além de R$ 521,38 milhões em novos investimentos.