Articulação governista

Acordo pode garantir manutenção de Fufuca no governo e cargos do PP em segundo escalão

Por Julia Fernandes Fraga - Em 24/10/2025 às 12:10 AM

Esportepp

PP negocia com o governo a manutenção de cargos. Foto: Montagem/Câmara dos Deputados

Em reunião com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, o líder do PP na Câmara, Doutor Luizinho (RJ), indicou que o ministro do Esporte, André Fufuca, deve permanecer no governo em troca da preservação de espaços do partido em cargos de segundo escalão.

Fontes do Planalto indicaram ao Estadão que teria sido acertado que, com a permanência de Fufuca na Esplanada, o PP manterá cargos no Ministério do Esporte e em estatais e ministérios onde o governo vinha promovendo substituições de indicados de deputados que votaram contra a Medida Provisória (MP) 1.303. A proposta previa ações de corte de gastos e aumento de receita para compensar o recuo parcial no aumento do IOF.

Nesse caso, o governo poderia trocar indicados de parlamentares do PP que ajudaram a derrubar a MP. Ainda assim, os novos ocupantes continuariam ligados ao partido, caso o entendimento entre a legenda e o Planalto se confirme.

A reunião entre Gleisi Hoffmann, Doutor Luizinho e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ocorreu na noite de quarta-feira (22), na Residência Oficial da Câmara, em Brasília. O ministro André Fufuca também participou.

Contexto

Nas últimas semanas, o PP e o União Brasil vinham aumentando a pressão interna para que os ministros André Fufuca e Celso Sabino (Turismo) deixassem os cargos, em um movimento de afastamento do governo Lula. Ambos, no entanto, resistiram e continuaram nos ministérios.

Fufuca foi afastado das funções partidárias na direção nacional do PP e no diretório regional do Maranhão. Já Sabino passou a responder a um processo de expulsão no União Brasil em razão da decisão de permanecer no governo.

PP e União Brasil punem ministros que mantiveram cargos após rompimento com o governo

Ambos os partidos, que formam a federação União Progressista, lideraram a votação que resultou na rejeição da MP 1.303. Após o episódio, o governo iniciou um processo de substituição de indicados de congressistas que votaram contra a medida. Antes de efetivar as mudanças, Gleisi Hoffmann decidiu dialogar com líderes partidários e o presidente da Câmara para tentar recompor o apoio político. 

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