Datafolha
Apoio a Lula cai, bolsonarismo cresce e polarização atinge equilíbrio histórico
Por Aflaudisio Dantas - Em 18/06/2025 às 4:05 PM

É a primeira vez desde que o Datafolha começou o monitoramento em 2022, que os dois polos aparecem empatados
Pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta quarta-feira (18), revela um cenário inédito na polarização política do país: pela primeira vez desde o início da série histórica em dezembro de 2022, o número de brasileiros que se identificam com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é igual ao daqueles que se alinham ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ambos os grupos representam atualmente 35% da população.
De acordo com o levantamento, a adesão ao campo petista apresentou uma queda significativa desde abril, passando de 39% para 35%. No sentido oposto, os bolsonaristas cresceram, saindo de 31% para o mesmo patamar de 35%. Essa movimentação aconteceu no limite da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais, o que, segundo o Datafolha, indica um avanço real do grupo ligado ao ex-presidente.
Ao longo dos dois anos e meio desde o início do atual governo, o instituto tem monitorado o tamanho dessas bases de apoio. Até aqui, a maior vantagem de Lula sobre Bolsonaro havia sido de 10 pontos percentuais, registrada em março de 2023 e novamente em março deste ano. Nas demais rodadas de pesquisa, a distância entre os dois variava entre seis e oito pontos, até o empate atual.
O Datafolha faz essa medição a partir de uma escala de um a cinco, em que os entrevistados indicam com quem mais se identificam politicamente. Os que respondem “um” ou “dois” são classificados como bolsonaristas, enquanto “quatro” e “cinco” indicam proximidade com Lula e o PT. Já os que escolhem o número “três” são considerados neutros.
É a partir dessa equação que o instituto calcula que 70% da população se posiciona em um dos polos da disputa política nacional. Os outros 30% se dividem entre os que se dizem neutros (ao escolherem o “três” na escala), os que não se identificam com nenhum dos dois (7%) e aqueles que não souberam ou não quiseram responder (2%). Esses percentuais têm se mantido estáveis nas sondagens anteriores.
O levantamento foi feito de forma presencial nos dias 10 e 11 de junho, período que coincidiu com as oitivas conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relacionadas à investigação de suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. Ao todo, foram entrevistadas 2.004 pessoas, distribuídas em 136 municípios por todo o país.
O enfraquecimento da base petista coincide com a queda de popularidade de Lula. O presidente enfrenta agora um desgaste semelhante ao que Bolsonaro vivia em 2021, também a cerca de um ano e meio das próximas eleições presidenciais. Na época, o ex-presidente amargava 57% de desaprovação, segundo dados da Quaest, percentual semelhante ao que Lula registra atualmente nas principais pesquisas de opinião.
Mais notícias
ATENDIMENTO A CLIENTES




























