Domingo de protestos
Atos no Rio, São Paulo e Brasília tomam as ruas contra PEC da Blindagem e anistia
Por Julia Fernandes Fraga - Em 22/09/2025 às 12:50 AM

Bandeira do Brasil estendida na Av. Paulista. Foto: Reprodução/Redes sociais/Na Paulista
Milhares de pessoas foram às ruas nesse domingo (21), em dezenas de cidades brasileiras, para protestar contra a chamada PEC da Blindagem – que restringe investigações contra parlamentares – e contra o projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Convocados por movimentos sociais, sindicatos e artistas, os atos em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília tiveram apresentações culturais, discursos de artistas e lideranças políticas e palavras de ordem como “sem anistia” e “Congresso inimigo do povo”.
As estimativas de público são do Monitor do Debate Político no Meio Digital, vinculado à Universidade de São Paulo (USP).
São Paulo

Ato na Av. Paulista. Foto: Reprodução/Redes sociais/Na Paulista
Na Avenida Paulista, coração de capital paulista, cerca de 42,4 mil pessoas ocuparam as pistas entre o Masp e a Consolação.
O ato contou com carros de som, falas de artistas e políticos, blocos de carnaval e grupos de estudantes. Performances teatrais lembraram os ataques de 8 de janeiro, e manifestantes entoaram músicas de protesto pedindo “sem anistia” e criticando o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP), afirmou que o ato seria “um recado para que os senadores derrubem a PEC da Blindagem. E que não vamos aceitar nenhum tipo de anistia“.
Ele completou dizendo que o dia “é um marco”.
“[…] A esquerda retoma o protagonismo. A consequência é que nós vamos apresentar exigências. Essa mobilização é um recado para o presidente da Câmara, Hugo Motta. Para que paute imediatamente a cassação de Eduardo Bolsonaro, que paute imediatamente o projeto de zerar o Imposto de Renda”, concluiu o deputado.
Rio de Janeiro

Ato em Copacabana. Foto: Reprodução/Redes sociais/Jandira Feghali
No Rio, o local da concentração foi a Praia de Copacabana. Estima-se que 41,8 mil manifestantes estiveram na manifestação. Havia palco para apresentações artísticas e discursos de parlamentares e entidades.
Os shows de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Paulinho da Viola e Djavan, dentre outros nomes, foram o ponto alto da mobilização.
“Não podemos deixar de responder aos horrores que vêm se insinuando à nossa volta”, afirmou, no palco, Caetano Veloso. O companheiro Gilberto Gil completou: “passamos por momentos parecidos sempre em busca da autonomia, o bem maior do nosso povo”.
Faixas pediam rejeição da PEC pelo Senado e a manutenção das condenações do STF contra os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.
Distrito Federal
Em Brasília, a passeata ocupou as seis faixas do Eixo Monumental em um trajeto de 1,5 km até o Congresso Nacional. O ato foi acompanhado por batalhas de rimas, falas de lideranças políticas do DF e terminou com show de Chico César.

Ato em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
“A gente tem que ir pra rua, pra frente do Congresso, como já fomos outras vezes. Voltar a dizer que não admitimos isso, como povo, como nação”, declarou o cantor.
Cartazes pediam a prisão de Jair Bolsonaro, condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão, e chamavam a PEC de “PEC da Bandidagem”.
Entenda o contexto
A PEC da Blindagem, aprovada na Câmara em dois turnos, determina que ações penais contra deputados e senadores só sejam abertas com autorização da maioria absoluta das Casas Legislativas e restringe prisões, que dependeriam de aval dos pares. Críticos afirmam que a proposta favorece a impunidade e enfraquece o Judiciário.
Já o projeto de anistia em tramitação busca perdoar parcial ou totalmente os condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 — medida que é rejeitada por entidades de direitos humanos e movimentos democráticos.
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