Ex-presidente Jair Bolsonaro passou 21 dias internado até receber alta no domingo, dia 4 de maio – Foto: Reprodução / Instagram

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu alta na manhã deste domingo (4) após passar 21 dias internado no Hospital DF Star, em Brasília. Ele havia sido submetido a uma cirurgia no dia 13 de abril para remoção de aderências no intestino e reconstrução da parede abdominal, consequência de complicações decorrentes da facada que sofreu durante a campanha de 2018.

Bolsonaro deixou o hospital de carro e cumprimentou um grupo de apoiadores que o aguardava na saída. Imagens do momento circularam nas redes sociais. Pouco antes da alta, ele usou seus perfis oficiais para agradecer à equipe médica que o acompanhou, liderada pelo cirurgião Cláudio Birolini, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

O hospital ainda não divulgou boletim médico atualizado, mas no sábado (3), a equipe havia informado melhora no quadro clínico e evolução positiva na alimentação por via oral. Bolsonaro deixou a unidade de terapia intensiva (UTI) na quarta-feira (30), após 18 dias sob cuidados intensivos.

O ex-presidente foi internado inicialmente em Santa Cruz, no interior do Rio Grande do Norte, em 11 de abril, após sentir fortes dores abdominais durante um evento. No dia seguinte, foi transferido para Natal e, posteriormente, levado em uma UTI aérea para Brasília.

A internação de Bolsonaro ocorreu no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o ex-presidente réu por tentativa de golpe de Estado. No dia 23 de abril, ele foi formalmente intimado da abertura de ação penal enquanto ainda estava internado na UTI. O vídeo do momento, divulgado nas redes sociais por Bolsonaro, mostra o ex-presidente questionando por 11 minutos a oficial de Justiça responsável pela entrega da intimação.

A publicação gerou reação de entidades de classe. Associações de oficiais de Justiça divulgaram nota de repúdio, criticando a exposição da servidora. A visita também levou o Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal a abrir uma sindicância para apurar a entrada de pessoas na UTI durante a internação, incluindo aliados políticos do ex-presidente.

Com a alta, Bolsonaro deve retomar gradualmente sua agenda política, ainda sob a pressão de responder judicialmente por sua suposta participação na tentativa de ruptura democrática em 8 de janeiro de 2023.