Steven Levitsky disse que é preciso enfrentar as sanções impostas ao Brasil e a autoridades brasileiras pelos EUA Foto: Divulgação/DRCLAS/Harvard

O Supremo Tribunal Federal (STF) provocou repercussão ao republicar em sua conta oficial no X (antigo Twitter) uma entrevista concedida à BBC News Brasil pelo cientista político americano Steven Levitsky, professor de Harvard e autor do best-seller “Como as Democracias Morrem”. Na conversa, Levitsky declarou que, “hoje, o Brasil é um sistema mais democrático do que os Estados Unidos”, ressaltando que, apesar de não saber se essa comparação se manterá no futuro, o equilíbrio institucional brasileiro está, no momento, em melhor funcionamento.

Levitsky enfatizou que as instituições brasileiras reagiram de forma mais resoluta do que as americanas diante das ameaças democráticas. Ele colocou como exemplo as ações do STF no enfrentamento do episódio investigativo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e destacou a percepção de que, “com relação ao processo contra Bolsonaro, pelo que posso perceber, o tribunal parece estar no seu devido lugar”.

O cientista político também criticou duramente as medidas adotadas por Donald Trump, principalmente o tarifaço sobre produtos brasileiros. Uma das justificativas do presidente norteamericano para a medida é o que ele chama de perseguição contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele classificou as sanções como ações de “intimidação, bullying político” e afirmou que se tratam de iniciativas personalistas, baseadas em ignorância e arrogância, características típicas de loobyism típico de “repúblicas das bananas”.

Na visão de Levitsky, enfrentar essas pressões é estratégico e eficaz. Ele argumentou que aqueles que se opõem à intimidatória postura external do governo americano têm mais chances de êxito em negociações comerciais, enfatizando que “quem enfrenta Trump tem mais chance de sucesso”.