Ministro da Educação, Camilo Santana sugeriu que a COP 30 der mais destaque à Educação Ambiental – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou nesta quarta-feira (13) que trabalha para que a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), marcada para ocorrer em Belém (PA) entre os dias 10 e 21 de novembro, tenha um dia especialmente dedicado à educação ambiental.

Segundo ele, o Ministério da Educação (MEC) negocia com a secretaria-executiva do país no evento global para viabilizar o espaço. “A educação ambiental de orientação nas escolas é uma grande ação de prevenção. A gente pode ter de um olhar da questão ambiental nas escolas, desde o ensino fundamental e do ensino médio”, afirmou, acrescentando que também quer mostrar ao mundo experiências brasileiras em universidades e institutos federais na área.

Camilo Santana adiantou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva regulamentará, nos próximos dias, a Política Nacional de Educação Profissional e Tecnológica, vinculada ao ensino médio.

Reforçar o ensino técnico

A ampliação dessa modalidade de ensino contará com apoio do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), sancionado em janeiro. A iniciativa permitirá que estados com dívidas com a União abatam parte dos juros devidos, desde que invistam 60% do valor economizado na educação técnico-profissionalizante para jovens do ensino médio.

“Vão ser bilhões de reais que os estados deixarão de pagar à União. Em contrapartida, terão que ampliar o ensino técnico nos seus estados. Essa é uma grande estratégia que vai ter um impacto importante, tanto do ponto de vista social como econômico, na qualificação na mão de obra do profissional. O aluno do ensino médio já vai sair com diploma [técnico] na mão”, projetou o ministro.

De acordo com ele, uma consulta sobre o ensino médio realizada em 2023 revelou que 85% dos estudantes demonstraram interesse em cursos técnicos. O Censo Escolar 2024 também aponta crescimento no setor: a participação de alunos do ensino médio em programas de educação profissional e tecnológica subiu de 15% para 17,2% entre 2023 e 2024.

O objetivo do MEC é dobrar esse índice em cinco anos, aproximando o Brasil de países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), onde até 50% dos alunos do ensino médio cursam formações técnicas. A nova política permitirá ainda que disciplinas técnicas sejam aproveitadas na graduação. “Às vezes, o aluno não queria fazer o ensino técnico porque achava que não ia aproveitar isso no ensino superior. Agora vai poder”, explicou Santana.