Ministro do Turismo é apoiado por entidades do setor. Foto: Alessandra Serrão/MTur

Representantes da indústria do turismo defendem a permanência do ministro Celso Sabino no cargo e manifestam preocupação com uma possível troca na pasta. Segundo eles, uma mudança poderia prejudicar a continuidade de políticas públicas consideradas bem-sucedidas.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Manoel Linhares, afirmou que Celso “tem todo o apoio para continuar [no ministério]. Não podemos, a essa altura, interromper um trabalho que está dando certo e recomeçar do zero”.

O crescimento no número de turistas estrangeiros é apontado como um dos destaques da atual gestão. De janeiro a setembro, o Brasil recebeu 7,1 milhões de visitantes internacionais — recorde histórico e 45% superior ao mesmo período de 2024. A intensificação da presença brasileira em feiras internacionais do setor também é vista como um avanço recente.

Mas para Manoel Linhares “o setor tem muito a crescer”. Ele indica que o Brasil ainda “recebe poucos turistas para um país tão grande e rico em potencialidades”. Em comparação, a Colômbia recebe cerca de 7 milhões de turistas por ano, e a Grécia, 50 milhões – locais consideravelmente menores em território.

Nova Lei do Turismo

Celso Sabino recebeu apoio também por sua atuação durante a tramitação da reforma tributária e pela aprovação da nova Lei Geral do Turismo (Lei nº 14.978/2024), que atualizou a legislação de 2008.

“Avaliamos de forma positiva o empenho do Ministério do Turismo sob a atual gestão, que tem buscado fortalecer a interlocução com o setor e ampliar a presença do turismo na agenda econômica nacional”, relatou a presidente da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav Nacional), Ana Carolina Medeiros. 

A dirigente destacou que “a entidade reconhece o esforço do ministro e de sua equipe em alinhar as políticas públicas aos grandes temas estruturantes do país, como a reforma tributária, que impacta diretamente a competitividade das empresas, e em ampliar a promoção do Brasil como destino turístico, tanto no mercado interno quanto no exterior”.

Ela defende que “o mais importante é assegurar que as políticas estruturantes, como a qualificação profissional, o desenvolvimento do setor e a promoção do turismo brasileiro continuem avançando com estabilidade e resultados concretos”.

Situação delicada

As manifestações vindas do setor seguem a notícia de que o ministro enfrenta sanções no seu partido, União Brasil, que determinou a saída dos filiados de cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Celso Sabino, no entanto, optou por desobedecer à legenda e permanecer no ministério.

PP e União Brasil punem ministros que mantiveram cargos após rompimento com o governo

Diante do ocorrido, o ministro declarou à CNN que sua permanência no partido se tornou “insustentável” e sinalizou uma saída voluntária. “Já deu o que tinha que dar”, decretou.