Representantes do cinema e cultura cearenses no Festival de Cannes – Foto: Reprodução / Instagram

Em plena 77ª edição do Festival de Cannes, o Ceará ocupa lugar de honra na Quinzena de Cineastas, uma das mostras mais prestigiadas do evento. Quatro curtas-metragens produzidos no Estado, com apoio do Governo do Ceará, estreiam na Riviera Francesa como parte do projeto Directors’ Factory Ceará Brasil, firmando de vez o nome do audiovisual cearense no mapa do cinema internacional.

No ano em que o Brasil é homenageado na França, o Ceará assume protagonismo com uma presença que vai muito além da exibição de filmes. As políticas públicas voltadas para o setor audiovisual, estruturadas pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult), estão sendo apresentadas em painéis e conferências durante o Marché du Film, o maior mercado audiovisual do mundo. É a cultura cearense cruzando fronteiras com identidade, estratégia e investimento de longo prazo.

Potência criativa

Na abertura da Quinzena de Cineastas, o Ceará levou à tela quatro obras inéditas: A Fera do Mangue, de Wara (CE) e Sivan Noam Shimon (Israel); A Vaqueira, a Dançarina e o Porco, de Stella Carneiro (AL) e Ary Zara (Portugal); Ponto Cego, de Luciana Vieira (CE) e Marcel Beltrán (Cuba); e Como Ler o Vento, de Bernardo Ale Abinader (AM) e Sharon Hakim (França). Os filmes foram rodados em Fortaleza e mobilizaram mais de 100 profissionais locais, entre técnicos, artistas, roteiristas e produtores.

Karim Aïnouz e Margareth Menezes em Cannes

A iniciativa conta com apoio da Escola Porto Iracema das Artes e do Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS-CE), instituições mantidas pelo Governo do Estado, além da coprodução da produtora Inflamável e da francesa DW, sob curadoria de Dominique Welinski. Como patrono da ação, o prestigiado cineasta cearense Karim Aïnouz  reforça a ponte entre o Ceará e o cinema de prestígio internacional.

Cinema, mercado e política pública

O reconhecimento não vem por acaso. Em Cannes, a secretária da Cultura do Ceará, Luisa Cela, participou da conferência “O Ecossistema Audiovisual Brasileiro e suas Instituições”, ao lado da ministra da Cultura Margareth Menezes, de representantes da Ancine, BNDES, RioFilme, Spcine e outras entidades estratégicas. Em pauta, o modelo de políticas públicas cearense, que se consolida como referência nacional em fomento estruturante para o audiovisual.

De 2014 a 2024, a Secult investiu mais de R$ 129 milhões no setor, fomentando mais de 700 projetos em quase 70 municípios. Com o Programa Estadual de Desenvolvimento do Audiovisual e da Arte e Cultura Digital, estruturado em sete eixos — da produção à preservação — o estado vem fortalecendo uma cadeia criativa que gera empregos, forma profissionais e democratiza o acesso à cultura.

Em suas redes sociais, Luisa Cela comemorou o sucesso dos cearenses em no Festival. ” A presença do Ceará e do Brasil em Cannes foi intensa e muito importante para a projeção do Cinema do Brasil feito no Ceará”, enfatizou.

A secretária publicou algumas imagens que refletem a diversidade de momentos vividos pelo grupo cearense. “O Ceará retornou a Cannes este ano, abrindo a Quinzena de Cineastas em 14 de maio com a exibição de quatro curtas-metragens produzidos no projeto Directors’ Factory Ceará Brasil, patrocinado pelo Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura, em parceria com a Quinzena e tendo o diretor cearense Karim Aïnouz como um importante articulador, produtor. Obrigada a todo mundo que fez esse momento ser possível, essa presença é fruto de uma longa história”, completou Luisa Cela.

Confira alguns cliques dos cearenses em Cannes: