Embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, e Mukhtar Babayev, presidente da COP29, bateram o martelo de abertura. Fotos: Ricardo Stuckert/PR

Iniciou-se nesta segunda-feira (10) a 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção da ONU sobre Mudança do Clima, realizada em Belém (PA), com atividades que seguem até o dia 21. 

O evento contou com apresentação musical da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e da cantora Fafá de Belém, que representou o estado anfitrião. Centenas de autoridades nacionais e internacionais estão na capital paraense para a COP30, dentre os quais o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT); o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski; e o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da Conferência, responsável por abrir os trabalhos.

“Crise de desigualdade”

Na ocasião, Lula destacou em seu discurso que levar a COP “para o coração da Amazônia” foi “árduo, mas necessário”. O bioma, lembrou, abriga cerca de 50 milhões de pessoas e 400 povos indígenas em nove países. 

Em seguida, ele afirmou que a governança global deve contribuir para uma transição justa rumo a economias de baixo carbono e evitar um colapso climático. Para ele, a transição deve reduzir as desigualdades entre Norte e Sul Global, criadas “sobre séculos de emissões”, e chamou a crise climática de “crise de desigualdade”. 

“A mudança do clima já não é uma ameaça do futuro. É uma tragédia do presente. […] Devemos a nossos filhos e netos a oportunidade de viver em uma Terra onde seja possível sonhar”, enfatizou.

Projetos

Ainda em sua fala, o presidente citou o pensador indígena Davi Kopenawa ao pedir clareza nas negociações: “O xamã yanomami Davi Kopenawa diz que o pensamento na cidade é obscuro e esfumaçado… Espero que a serenidade da floresta inspire em todos nós a clareza de pensamento necessária para ver o que precisa ser feito”.

Lula pediu que líderes globais acelerem ações contra o aumento da temperatura e propôs criar um Conselho do Clima vinculado à Assembleia Geral da ONU.

O mandatário do Brasil, por fim, cobrou metas mais ambiciosas, financiamento e transferência de tecnologia aos países em desenvolvimento.