Deputada Luzianne Lins ficou quase dois dias sem contato – Foto: Reprodução/Instagram

Depois de quase 48 horas sem qualquer comunicação, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e outros brasileiros detidos em Israel receberam, nesta sexta-feira (3), a primeira visita de diplomatas da Embaixada do Brasil em Tel-Aviv. A assistência ocorreu após mais de oito horas de procedimentos junto às autoridades israelenses e contou também com a presença de representantes diplomáticos de outros países.

Segundo relatos, a comitiva brasileira – composta por parlamentares e integrantes de uma missão humanitária – foi atendida separadamente: primeiro as mulheres, incluindo Luizianne, e, posteriormente, os homens. Todos foram encontrados em condições de saúde consideradas estáveis, de acordo com informes oficiais. Ainda assim, participantes relataram que no primeiro dia de detenção não receberam comida nem água. Parte do grupo teria iniciado uma greve de fome em protesto contra a ofensiva israelense em Gaza, marcada por explosões, doenças, fome e sede – atingindo especialmente crianças.

Missão humanitária interceptada

A delegação internacional viajava em embarcações com destino à Faixa de Gaza, transportando medicamentos e alimentos para a população local. Luizianne participava da missão em caráter oficial, como observadora designada pela Câmara dos Deputados.

Veleiro Grande Blu, no qual estava a deputada cearense Luizianne Lins 

Os barcos foram interceptados pela Marinha de Israel na madrugada de quarta (1º) para quinta-feira (2), em águas internacionais do Mediterrâneo. Relatos dos detidos apontam que os militares israelenses usaram armamento pesado na operação de abordagem, inclusive contra o veleiro Grande Blu, no qual estava a deputada cearense. Não houve resistência dos cerca de 500 integrantes da flotilha, formada por ativistas de mais de 40 países. O traslado até o centro de detenção se estendeu durante toda a noite.

Apoio jurídico e diplomático

Além da presença de diplomatas brasileiros, Luizianne recebeu assistência de advogados do Centro Jurídico para os Direitos das Minorias Árabes em Israel (Adalah), primeira organização jurídica gerida por palestinos no país. O Itamaraty informou que mantém acompanhamento permanente do caso, em articulação com organismos internacionais de defesa dos direitos humanos.

A situação segue em monitoramento pelo governo brasileiro e novas atualizações devem ser divulgadas nas próximas horas.