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O prefeito eleito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), revelou nesta sexta-feira, 27, um diagnóstico preliminar das finanças municipais, apontando dívidas de pelo menos R$ 400 milhões com fornecedores. Segundo ele, o valor pode ser ainda maior. “Isso são informações que a equipe de transição conseguiu detectar, porque estão chegando informações, por parte de fornecedores, de dívidas que não foram empenhadas, ou que já foram empenhadas e canceladas. Ou seja, esses R$ 400 milhões é o que nós estamos sabendo, mas a dívida é bem superior”, afirmou.

Leitão destacou relatos de prestadores de serviço sobre atrasos salariais e débitos com cooperativas médicas. “Cooperativas de médicos falam que há mais de seis meses médicos não recebem honorários”, disse, alertando para a falta de clareza sobre o montante total. Ele também mencionou que a cidade já possui compromissos financeiros de R$ 1 bilhão em empréstimos para 2025. “Muitas dessas operações foram contraídas junto a bancos nacionais, pagando juros bem mais altos do que junto a instituições financeiras internacionais”, criticou.

Entre as surpresas apontadas durante a transição, Leitão citou a redução da programação do Réveillon e a descontinuação do programa Bolsa Jovem. “O conhecimento que tínhamos era de que o Réveillon de Fortaleza era custeado pela iniciativa privada. Por que então reduzir?”, questionou. Ele também reclamou do aumento do subsídio para o transporte público, que passará de R$ 158 milhões em 2024 para R$ 248 milhões em 2025. “Querem inviabilizar a próxima gestão. Fortaleza não poderá virar uma cidade caloteira”, concluiu.

A vice-prefeita eleita, Gabriella Aguiar (PSD), reforçou as críticas, afirmando que as reuniões de transição trouxeram poucos dados concretos. “Parecia propaganda eleitoral, tivemos muita dificuldade para obter respostas aos nossos questionamentos”, lamentou. A nova gestão promete trabalhar para sanar os problemas herdados e reestruturar as contas públicas.