Programa lançado por Evandro é composto por 8 iniciativas em vários nichos de atuação dentro da assistência social Foto: Beatriz Boblitz

A Prefeitura de Fortaleza lançou, nesta segunda-feira (14), o Plano Fortaleza Inclusiva, um conjunto de ações voltadas ao enfrentamento das vulnerabilidades sociais na capital cearense. A iniciativa foi apresentada pelo prefeito Evandro Leitão, no Paço Municipal, e reúne oito programas intersetoriais que abrangem áreas essenciais como alimentação, infância, pessoas com deficiência, população em situação de rua, idosos, saúde mental, sustentabilidade, economia e justiça climática.

Dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), publicados no relatório “Evolução da extrema pobreza nas capitais brasileiras no período pós-pandemia”, apontam crescimento da extrema pobreza na Capital. “Entre 2021 e 2023, o número de extremamente pobres aumentou 36,8 % em Fortaleza, enquanto caiu –4,1 % nos demais municípios da região metropolitana”, diz o o estudo. O Plano Fortaleza Inclusiva surge, portanto, como uma estratégia para mudar essa realidade.

Entre os programas anunciados está o Fortaleza Sem Fome, que prevê a oferta de sopa nutritiva no jantar para famílias em situação de vulnerabilidade, com atuação em todas as regionais da cidade. Já o Infância Viva Fortaleza propõe uma rede de apoio às famílias com crianças de 0 a 6 anos, oferecendo serviços integrados nas áreas de saúde, educação, proteção e assistência social. A atenção à primeira infância também será reforçada com a inauguração da nova Cidade da Criança, ainda em 2025.

Outro destaque é o programa de Atenção às Pessoas com Deficiência, que inclui a criação dos primeiros Espaços Girassol, centros especializados no atendimento integrado a crianças com deficiência, cujas inaugurações estão previstas ainda para este ano. Para os idosos, o programa Fortaleza para Todas as Idades amplia a oferta de serviços como Centros-Dia e instituições de longa permanência, além de garantir acompanhamento domiciliar a pessoas com limitações de mobilidade.

O plano também contempla a população em situação de rua com o programa Superação da Situação de Rua, que reforça políticas de acolhimento, alimentação e atendimento psicossocial. Já o programa Atenção à Saúde Mental propõe um modelo comunitário de cuidado, priorizando o atendimento humanizado e fora de ambientes hospitalares. O programa Autonomia Econômica, por sua vez, visa fortalecer a inclusão produtiva por meio de cursos de qualificação, microcrédito, economia solidária e incentivo a cooperativas.

Por fim, o programa Sustentabilidade e Justiça Climática busca integrar a pauta ambiental à justiça social, com ações que reconhecem a diversidade da população e enfrentam os impactos da crise climática, especialmente sobre os mais vulneráveis.

As metas do Plano Fortaleza Inclusiva se estendem até 2028 e incluem a ampliação da infraestrutura da rede de assistência, como a requalificação dos Centros de Referência da Assistência Social (Cras). Hoje, apenas 6 dos 27 centros funcionam plenamente. A gestão também projeta a climatização total das salas de aula, reformas em unidades de saúde, abertura de restaurantes populares, ampliação de cursos de capacitação e novos equipamentos de apoio à população vulnerável.