ICID 2025 e COP Nordeste acontecem em Fortaleza. Foto: Marcos Rodrigo SR

Fortaleza lançou oficialmente, nessa segunda-feira (15), sua candidatura para sediar a 18ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (COP18), prevista para 2028.

O anúncio foi feito por Inácio Arruda, secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (SEDES) do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), durante a abertura da 3ª Conferência Internacional sobre Clima e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (ICID 2025), que acontece até sexta-feira (19) no Centro de Eventos do Ceará.

“Já colocamos a proposta e só falta estarmos na Mongólia (onde será realizada a COP 17) no próximo ano e, a partir de lá, sairmos com a decisão de realizar essa COP no Brasil, que é a COP de semiáridos, que cuida de desertos, que cuida das terras secas e que cuida de todos nós que moramos nestas regiões do mundo”, defendeu Arruda. Caso a candidatura seja confirmada, será a segunda vez que o Brasil receberá o evento — a primeira edição no país ocorreu em 1999, no Recife (PE).

Caatinga no centro do debate ambiental

Paralelamente à ICID, ocorre a COP Nordeste, que busca consolidar o papel do Consórcio Nordeste e dos governos estaduais como agentes de diplomacia climática.

O encontro valoriza as vocações produtivas, culturais, energéticas e ecológicas da região, com destaque para o bioma Caatinga, peça estratégica para a transição ecológica. Os debates incluem financiamento climático, adaptação de territórios vulneráveis, bioeconomia e valorização dos ativos naturais.

A agenda prevê para quarta-feira (17) uma Mesa Institucional de Governadores e Governadoras do Nordeste, quando será assinado o Acordo de Cooperação Técnica (CNE–UNCCD) e apresentado o Plano Brasil Nordeste de Transformação Ecológica.

Na sexta-feira (19), a plenária final apresentará o Documento-Mosaico, reunindo contribuições da região para a COP30. 

ICID 2025

A ICID 2025 conta com a presença de autoridades nacionais e internacionais, representantes da UNCCD, da COP30 e de embaixadas estrangeiras, além de especialistas e gestores públicos. O evento é promovido pelo Governo do Ceará em parceria com o MCTI, e tem o apoio de instituições como UNCCD, ANA, Embrapa, Embaixada da França e Cemaden, e patrocínio da FIEC e Sebrae.

O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), afirmou, durante a abertura, nessa segunda (15), que o encontro “é mais que um evento acadêmico, é um chamado à ação conjunta, é a celebração de uma agenda de cooperação que une continentes, idiomas e culturas em nome de um objetivo comum: garantir a segurança hídrica, alimentar e energética”.

A programação inclui painéis sobre financiamento da resiliência climática, indicadores para projetos de convivência com a seca, coordenação de políticas para o semiárido e a apresentação do Plano de Adaptação às Mudanças Climáticas do Ceará.

Elmano de Freitas abre conferência internacional e coloca Ceará no centro da agenda climática global