reação nos EUA

Governo Trump critica Moraes e ameaça punir aliados de decisão que levou à prisão domiciliar de Bolsonaro

Por Marlyana Lima - Em 04/08/2025 às 10:31 PM

Trump

Governo de Donald Trump reagiu à prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

A crise institucional brasileira ganhou um novo capítulo internacional nesta segunda-feira (4), com a reação do governo Donald Trump, que criticou duramente a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de impor prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Em postagem publicada no X (antigo Twitter), o Escritório para o Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA — braço da diplomacia americana — condenou publicamente a medida e ameaçou responsabilizar pessoas ou entidades que colaborarem com o que chamou de “condutas sancionadas” do magistrado brasileiro.

“O ministro Moraes, agora sancionado pelos EUA como violador de direitos humanos, continua usando as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia. Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro se defender publicamente não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar!”, afirma a nota oficial.

Na mesma publicação, os EUA sob a gestão Trump reiteram: “Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impõe prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que auxiliarem ou colaborarem com condutas sancionadas.”

A crítica faz referência direta à recente decisão de Moraes, que impôs o regime de prisão domiciliar a Bolsonaro após o ex-presidente aparecer em vídeos veiculados por apoiadores durante manifestações em sua defesa, no domingo (3). O STF havia proibido o uso de redes sociais, inclusive por terceiros, como parte de medidas cautelares anteriores.

Escalada da tensão

A resposta do governo Trump marca um momento de tensão diplomática, especialmente pela linguagem adotada e pela ameaça de sanções a colaboradores de decisões do Supremo Tribunal Federal. A reação do governo brasileiro ainda não foi divulgada oficialmente.

O posicionamento da diplomacia americana também coincide com o momento em que Bolsonaro é investigado por envolvimento em uma trama golpista, o que já motivou o afastamento de seus direitos políticos e medidas de restrição impostas pelo Judiciário.

A declaração pública de Washington reacende o debate sobre a influência externa em processos internos do Brasil e levanta questões sobre a polarização ideológica nas relações internacionais.

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