Hugo Motta proibiu atividades paralelas até o dia 1º de agosto Foto: Marina /Ramos Câmara Dos Deputados

A tentativa da oposição de usar o recesso parlamentar para fazer demonstrações públicas de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esbarrou em uma decisão da presidência da Câmara dos Deputados. O presidente da Casa, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou que nenhuma comissão pode realizar reuniões no período de 22 de julho a 1º de agosto, suspendendo qualquer atividade formal nas dependências do Legislativo.

A decisão gerou reação imediata do PL e de parlamentares aliados de Bolsonaro, que pretendiam se reunir nas comissões de Segurança Pública e de Relações Exteriores para aprovar moções de solidariedade ao ex-presidente. Bolsonaro, alvo de medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), está atualmente usando tornozeleira eletrônica e proibido de manter contato com diplomatas, investigados e seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro.

Oposição surpreendida

Deputados da oposição chegaram a se mobilizar para participar das reuniões, mas encontraram os trabalhos interrompidos por ordem de Hugo Motta. A decisão foi tomada em meio ao chamado “recesso branco”, período em que, embora não haja sessão legislativa formal, comissões às vezes mantêm agendas paralelas, o que desta vez foi vetado.

Integrantes do PL criticaram o ato da Mesa Diretora, acusando a presidência da Câmara de agir para impedir manifestações políticas legítimas. O deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que preside a Comissão de Segurança Pública, classificou a medida como censura institucional e prometeu pressionar pela retomada dos trabalhos, mesmo durante o recesso.