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Hugo Motta defende derrubada do IOF e nega traição ao governo
Por Aflaudisio Dantas - Em 30/06/2025 às 10:55 AM

Hugo Motta se defendeu dizendo que alertou o Governo sobre a inviabilidade da medida Foto: Agência Câmara
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos‑PB), usou as redes sociais nesta segunda-feira para justificar a derrubada do decreto que alterava o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), destacando ter alertado o Palácio do Planalto sobre a dificuldade de aprovação da medida no Congresso. Ele também rebateu críticas de membros da base aliada que o acusam de traição.
A medida do Executivo previa aumento no IOF para operações de crédito, como parte do esforço fiscal do governo para elevar a arrecadação. A expectativa era de uma receita adicional entre R$ 10 e R$ 12 bilhões. No entanto, a Câmara dos Deputados decidiu derrubar o decreto com o apoio de 383 parlamentares, um placar robusto que envolveu diversas bancadas, inclusive partidos aliados do governo. Para Motta, a amplitude da votação revela que a iniciativa do Executivo era impopular e carecia de base política para se sustentar.
Em resposta às críticas, o deputado negou qualquer intenção de enfraquecer o presidente Lula e afirmou que sua postura foi a de “um capitão que avisa sobre o iceberg”, sugerindo que o governo ignorou os alertas sobre a inviabilidade da medida. Em suas palavras, quem não alertou o Executivo “foi cúmplice da derrota”. Motta também afirmou que “se uma ideia for ruim para o Brasil, eu vou morder; mas se for boa, eu vou assoprar”, em tom conciliador, mas firme em sua crítica à condução da política econômica.
A reação do governo foi de desconforto. O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), acusou Motta de agir de forma provocativa, especialmente ao pautar o tema numa semana esvaziada no plenário. Além disso, a escolha do deputado bolsonarista Coronel Chrisóstomo (PL-RO) como relator da matéria foi vista como uma provocação adicional. O episódio aumentou a tensão entre a base governista e setores do centrão, que dominam a presidência da Comissão de Orçamento.
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