Após ocupação

Hugo Motta nega acordo com oposição e promete providências após protesto na Câmara

Por Marlyana Lima - Em 07/08/2025 às 6:59 PM

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 Presidente da Câmara, Hugo Motta, confirmou em entrevista que não negociará mediante pressão ou chantagem – Fotos: Agência Brasil.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reiterou nesta quinta-feira (7) que tenha negociado qualquer pauta legislativa com parlamentares da oposição em troca da desocupação do plenário da Casa. A declaração do parlamentar veio após o encerramento do protesto liderado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que ocupou a Mesa da Câmara por quase dois dias.

Na noite de quarta-feira (6), os oposicionistas deixaram o plenário após intensos protestos contra a prisão domiciliar de Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A ocupação também fazia parte de um movimento para pressionar a presidência da Câmara a pautar temas de interesse do grupo, como o projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado.

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Protestos na Câmara durante quase dois dias antes de a Casa voltar à normalidade 

O impasse foi marcado por um episódio em que Motta tentou assumir a cadeira da presidência, mas foi impedido pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), cedendo o lugar apenas após ser escoltado por aliados. Em seu pronunciamento no plenário, o presidente da Câmara tentou acalmar os ânimos e destacou a importância da institucionalidade. “Projetos pessoais e eleitorais não podem estar à frente do que é maior que todos nós”, afirmou.

Em entrevista à imprensa, em Brasília, Motta disse que a presidência da Câmara é inegociável. “As matérias que estão saindo sobre a negociação feita por esta presidência para que os trabalhos fossem retomados não está vinculada a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo, nem com absolutamente ninguém”, declarou.

Motta também anunciou que “providências” serão tomadas contra os deputados que participaram do bloqueio da Casa. Sobre a participação do ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), nas articulações para retomar os trabalhos, Motta chamou o deputado alagoano de “amigo” e afirmou que sua presença nas conversas foi “natural”.

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