Hamas e Israel concordam em assinar acordo de cessar-fogo em Gaza. Foto: SWI-swissinfo.ch

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta quinta-feira (9) que deve convocar o governo para aprovar um acordo de cessar-fogo em Gaza, que prevê a libertação de todos os reféns israelenses, a retirada das tropas do enclave e a troca de prisioneiros. “Um grande dia para Israel”, declarou Netanyahu, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar o entendimento entre Israel e o Hamas para encerrar a guerra de dois anos no território palestino.

Segundo o gabinete israelense, Netanyahu e Trump conversaram por telefone e se parabenizaram pela “conquista histórica” da assinatura do acordo. Os dois líderes afirmaram que pretendem manter uma cooperação estreita, e o premiê israelense convidou Trump para discursar no Knesset, o Parlamento de Israel.

Detalhes do acordo

No plano constam que os bombardeios serão interrompidos, Israel retirará parte de suas tropas de Gaza e o Hamas libertará os reféns capturados durante o ataque de dois anos atrás, em troca de prisioneiros palestinos detidos por Israel. Uma fonte próxima às negociações informou que as tropas israelenses começarão a se retirar 24 horas após a assinatura do documento.

A libertação dos 20 reféns israelenses que ainda se acredita estarem vivos deve ocorrer entre domingo (12) e segunda-feira (13), segundo uma autoridade israelense. Outros 26 reféns foram declarados mortos, e o destino de dois permanece desconhecido. O Hamas indicou que pode levar tempo para recuperar os corpos espalhados pelo enclave.

Em comunicado, o Hamas pediu a Trump e aos Estados garantidores que assegurem que Israel implemente integralmente o cessar-fogo. O grupo reforçou que o acordo marca uma nova fase no esforço para estabilizar Gaza após dois anos de confrontos.

Repercussão

Israelenses e palestinos celebraram o anúncio, após Donald Trump confirmar que Israel e o Hamas assinaram a primeira fase do Plano de Paz proposto por Washington. As negociações estavam sendo conduzidas no resort egípcio de Sharm el-Sheikh desde segunda-feira (6).

Em Gaza, onde mais de 2 milhões de pessoas estão deslocadas por causa dos bombardeios, moradores saíram às ruas em comemoração, mesmo enquanto ataques israelenses ainda eram relatados na Cidade de Gaza.