Lula diz que Alckmin tem ligado para membros do governo Trump, mas as conversas não avançaram Foto: Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou que o Brasil deseja negociar com os Estados Unidos, dirigindo-se diretamente ao presidente norte-americano, Donald Trump. Lula afirmou que Trump foi induzido a acreditar “em uma mentira” sobre alegada perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, destacando que “Bolsonaro não é um problema meu, é um problema da Justiça brasileira”.

O presidente ressaltou que o ex-chefe do Executivo está sendo julgado com direito à defesa e que, segundo delações já homologadas, Bolsonaro tentou organizar um golpe para impedir a posse de Lula, planejou ataques a ele, ao vice‑presidente Geraldo Alckmin e ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes.

Lula fez um apelo direto. “Trump, o dia que você quiser conversar, o Brasil estará pronto e preparado para discutir, para tentar mostrar o quanto você foi enganado com as informações que te deram. E quando você souber da verdade sobre o Brasil, vai dizer: ‘Lula, eu não vou mais taxar o Brasil’”, exclama.

Como interlocutor, o presidente destacou o papel de Alckmin, que “liga todos os dias” para tentar estabelecer um canal de diálogo com o governo americano. Lula destacou: “Ele é o meu conversador número 1”, e que, apesar de ligações frequentes, “ninguém quer conversar com ele nos EUA”.

Tentativas de diálogo

O vice-presidente, que acumula também o cargo de ministro da Indústria, Comércio e Serviços, relatou ter conversado por 50 minutos com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em 19 de julho. Apesar dessa interlocução, Alckmin afirmou que a proposta brasileira de diálogo ainda não conseguiu avançar, e destacou que as negociações devem ocorrer sem “contaminação política nem ideológica”.