Pressão externa
Lula critica big techs e defende soberania em reunião ministerial
Por Julia Fernandes Fraga - Em 26/08/2025 às 3:35 PM

Lula se reuniu com ministros nesta terça-feira, 26. Foto: Ricardo Stuckert/PR
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (26), durante a segunda reunião ministerial de 2025, que as grandes empresas de tecnologia norte-americanas, conhecidas como big techs, são patrimônio americano, mas não brasileiro. O chefe do Executivo destacou que quem quiser atuar no Brasil deve seguir a legislação nacional, reforçando o respeito à soberania.
“Nós somos um país soberano, nós temos uma Constituição, nós temos uma legislação e quem quiser entrar nesses 8,5 milhões de quilômetros quadrados, no nosso espaço aéreo e marítimo, na nossa floresta tem que prestar contas a nossa Constituição e a nossa legislação”, defendeu.
A declaração de Lula ocorreu horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitir nota defendendo as big techs e ameaçar aumentar tarifas de países que regulem ou tributem as gigantes do setor.
Críticas a Eduardo Bolsonaro
Ainda na reunião, o presidente Lula voltou a criticar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que estava de licença nos Estados Unidos desde março e ainda não retornou. O presidente pediu que o Congresso Nacional discuta a cassação do parlamentar.
Para Lula, o comportamento do deputado representa “possivelmente, uma das maiores traições que uma pátria sofre de filhos seus”.
“Não existe nada que possa ser mais grave do que uma família inteira ter um filho custeado pela família, um cidadão que já deveria ter sido expulso da Câmara dos Deputados, insuflando com mentiras e com hipocrisias, um outro Estado contra o Estado nacional do Brasil”, enfatizou.
Resposta às tarifas dos EUA
O presidente também criticou, novamente, a política comercial de Donald Trump, que elevou tarifas contra o Brasil.
“Estamos dispostos a sentar na mesa em igualdade de condições. O que não estamos dispostos é sermos tratados como se fôssemos subalternos. Isso nós não aceitamos de ninguém. É importante saber que o nosso compromisso é com o povo brasileiro”, completou.
E finalizou orientando seus ministros a defenderem publicamente a soberania do Brasil. “Nós aceitamos relações cordiais com o mundo inteiro, mas não aceitamos desaforo e ofensas, petulância de ninguém. Se a gente gostasse de imperador, o Brasil ainda seria monarquia. A gente não quer mais. A gente quer esse país democrático e soberano, republicano”.
Novo slogan
O governo também divulgou na ocasião que adotará um novo slogan para fortalecer a comunicação. A partir da semana que vem, as peças publicitárias trarão a frase “Do lado do povo brasileiro” no lugar de “União e Reconstrução”, usado desde o início do mandato de Lula.
Diz-se que, para os governistas, a fase de “união e reconstrução” já foi cumprida, e o novo slogan marca a reta final do mandato, focada em soberania, justiça social e “cuidar das pessoas”.
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