
Tensão em Brasília
Lula defende Haddad em meio à crise antes de votação sobre aumento do IOF
Por Aflaudisio Dantas - Em 25/06/2025 às 3:24 PM

Para Lula a ideia de aumentar o IOF é uma forma de corrigir distorções Foto Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) saiu em defesa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em meio à crescente pressão política que antecede a votação de um projeto que visa revogar o recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A medida do governo, que elevou a alíquota do imposto, foi mal recebida por parte do Congresso, gerando tensão entre os Poderes.
Em discurso nesta terça-feira em Resende (RJ), Lula afirmou que Haddad “trata a economia com seriedade” e que a proposta de aumento do IOF é uma forma de corrigir distorções e garantir justiça tributária. “Nossa carga tributária é menor do que em 2011. Ainda assim, quando tentamos fazer justiça fiscal, há reação”, disse.
Projeto de revogação está pronto para votação
O Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revoga o aumento do IOF foi protocolado pelo deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e teve sua urgência aprovada pela Câmara na última semana. Com isso, o texto pode ser votado a qualquer momento em plenário. A base aliada do governo tenta evitar que a proposta avance antes de uma negociação mais ampla sobre compensações fiscais.
Haddad: imposto atinge os mais ricos
O ministro da Fazenda também se manifestou nesta terça-feira, afirmando que o aumento do IOF visa alcançar operações financeiras de alto rendimento que historicamente escaparam da tributação proporcional. Segundo Haddad, a medida “corrige uma injustiça” e é essencial para manter os compromissos do arcabouço fiscal sem penalizar áreas sociais.
Planalto articula para adiar votação
Nos bastidores, o governo tenta ganhar tempo. A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann, liderou uma reunião com ministros e parlamentares aliados para discutir estratégias para evitar que o projeto avance antes do envio de uma proposta alternativa de corte de subsídios. A expectativa era de que a votação ocorresse apenas após o retorno de Hugo Motta de uma viagem ao exterior, no início de julho.
Lideranças governistas argumentam que o decreto do IOF foi editado para equilibrar a arrecadação sem sacrificar os mais pobres e que revogá-lo agora pode comprometer a estabilidade fiscal e o financiamento de políticas públicas.
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