Encontro na ONU

Lula e Zelensky se reúnem em Nova York: Brasil reforça defesa de cessar-fogo e diálogo pela paz na Ucrânia

Por Julia Fernandes Fraga - Em 24/09/2025 às 5:42 PM

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Lula e Zelensky se reuniram em Nova York. Fotos: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu-se nesta quarta-feira (24), em Nova York, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em encontro solicitado pelo líder ucraniano durante a 80ª Assembleia Geral da ONU. Foi a segunda reunião entre os dois, após tentativas frustradas no G7 de 2023.

De acordo com comunicado da Presidência, Lula reiterou que a solução para o conflito não passa por uma “saída militar” e defendeu maior engajamento da ONU na construção de um cessar-fogo que considere as preocupações de segurança de ambos os lados. Zelensky agradeceu os esforços do Brasil e destacou a criação do Grupo de Amigos da Paz, iniciativa conjunta com a China. “É bom que haja sinais do Brasil de que apoia, acima de tudo, um cessar-fogo e a paz para o povo ucraniano”, afirmou, segundo a Reuters.

O presidente ucraniano disse ainda que os dois acertaram novas conversas sobre comércio e economia. “O presidente Lula me disse que fará o possível para trazer a paz para mais perto da Ucrânia. Sou grato a ele por sua posição clara”, acrescentou.

Relação marcada por desencontros

A reunião foi antecedida por quase um ano de negociações e ocorreu após trocas de críticas entre os dois líderes. Em 2022, Lula chegou a afirmar que Zelensky “quis a guerra” e o acusou de se comportar como “rei da cocada”. Já Zelensky, em entrevistas, questionou a proximidade do Brasil com a Rússia e criticou a aliança com países como China e Irã em propostas de mediação.

Em 2023, apesar disso, Lula e Zelensky tiveram um primeiro encontro protocolar também na ONU, classificado por diplomatas como um início de “quebra de gelo”. Agora, em Nova York, o tom foi considerado mais construtivo.

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Os líderes pretendem se encontrar novamente para tratar de comércio e economia

Contexto internacional

Especialistas apontam que a mudança no cenário geopolítico, com a vitória de Donald Trump nos EUA e sua política menos favorável à Ucrânia, levou Kiev a ampliar o diálogo com potências médias como o Brasil. Analistas destacam que Lula, apesar da proximidade com Vladimir Putin e da participação no Brics, mantém posição de autonomia e voz relevante no Sul Global, fatores que pesam para que Zelensky busque apoio diplomático. 

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