
Corrida legislativa
Lula traça estratégia para conter avanço bolsonarista no Senado em 2026
Por Anchieta Dantas Jr. - Em 18/05/2025 às 2:00 AM

A diretriz do presidente é evitar que o Senado se torne um campo de domínio da extrema direita Foto: Agência Brasil
O presidente nacional do PT, senador Humberto Costa (PE), admite que o partido está em fase de diagnóstico e que a prioridade será construir uma “bancada lulista”. Segundo ele, a legenda deve lançar candidatos próprios apenas onde tiver nomes competitivos, abrindo espaço para aliados como MDB, PSD e PSB nos demais estados.
Dos nove senadores petistas, seis encerram o mandato em 2027. Cinco devem tentar a reeleição: Jaques Wagner (BA), Rogério Carvalho (SE), Randolfe Rodrigues (AP), Fabiano Contarato (ES) e o próprio Humberto Costa. O senador Paulo Paim (RS) já anunciou que não buscará um novo mandato — o ministro Paulo Pimenta (Reconstrução do RS) é o favorito para a vaga.
A governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), também deve concorrer ao Senado e é considerada favorita em seu estado. Em outros sete estados, nomes ligados ao partido se movimentam com o mesmo objetivo, como o ministro da Casa Civil, Rui Costa (BA), e o deputado José Guimarães (CE), líder do governo na Câmara.
Aliados e disputas regionais
A corrida pelo Senado também tem tensionado alianças regionais. Na Bahia, o desejo de Rui Costa de voltar a um cargo eletivo provocou incômodo entre os senadores Jaques Wagner (PT) e Angelo Coronel (PSD), ambos interessados na reeleição. O PT tenta uma composição que mantenha a base unida, mas o cenário segue indefinido.
No Ceará, além de Guimarães, há pressões do MDB, PSB e Republicanos para ocupar espaço na chapa do governador Elmano de Freitas (PT). Nomes como Eunício Oliveira (MDB), Júnior Mano (PSB) e o ex-senador Chiquinho Feitosa (Republicanos) já se colocam como pré-candidatos.
Em São Paulo, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) aparece como possível adversário de Eduardo Bolsonaro (PL), caso este confirme candidatura. Ainda assim, o PSB trabalha para mantê-lo como vice na chapa de Lula. No Rio de Janeiro, Anielle Franco (PT) é cotada para o Senado, mas pode acabar disputando uma vaga na Câmara.
Foco em conter a direita
A diretriz do Palácio do Planalto é clara: o objetivo é evitar que o Senado se torne um campo de domínio da extrema direita. Em estados como Amazonas e Alagoas, Lula deve apoiar nomes de outras legendas — como Eduardo Braga (MDB) e Renan Calheiros (MDB) — mesmo com petistas interessados na disputa.
Ainda que as alianças estejam em aberto, a prioridade é travar o avanço bolsonarista. O Senado, mais do que nunca, voltou ao centro das preocupações políticas do PT. (Com informações da Folhapress)
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