Moraes reforça que a instrução do processo seguirá conforme o cronograma estabelecido Foto: Fellipe Sampaio/STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pela segunda vez o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para adiar as audiências no processo que apura a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

As oitivas com testemunhas começam nesta segunda-feira (19) e envolvem os investigados do chamado “núcleo 1” — grupo apontado como articulador central da trama golpista.

A defesa de Bolsonaro alega que a Polícia Federal liberou nesta semana três novos links com um total de 40 terabytes de material probatório, o que impossibilitaria a análise completa em tempo hábil.

Material não altera acusação

No despacho, Moraes afirmou que a nova leva de arquivos não traz alterações relevantes em relação à acusação já apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e aceita pelo STF. Segundo o ministro, os fatos denunciados permanecem os mesmos, e o conteúdo já havia sido examinado em decisão anterior que autorizou o prosseguimento da ação penal.

“Em nada alterou os fatos imputados na acusação”, escreveu Moraes, reforçando que a instrução do processo seguirá conforme o cronograma estabelecido.

O julgamento é um dos principais desdobramentos das investigações sobre as articulações golpistas no entorno de Bolsonaro. O ex-presidente é réu por supostamente ter liderado um plano para anular o resultado da eleição de 2022, que deu a vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na semana passada, a defesa já havia feito um pedido semelhante, também negado por Moraes. As audiências devem ouvir testemunhas indicadas tanto pelo Ministério Público quanto pelos réus.