POLARIZAÇÃO
Na Paulista, Bolsonaro transforma ato em campanha por maioria no Congresso
Por Aflaudisio Dantas - Em 29/06/2025 às 7:08 PM

Apesar do público abaixo das expectativas, Bolsonaro e aliados mantiveram o tom afiado contra STF e contra o presidente Lula Foto: reprodução Instagram
Durante ato realizado neste domingo (29) na Avenida Paulista, em São Paulo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou um apelo direto aos seus apoiadores para formar maioria no Congresso Nacional. “Se vocês me derem, por ocasião das eleições do ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil. E digo mais, nem preciso ser presidente.” A declaração, feita no alto de um carro de som em frente ao MASP. Ao dizer que nem precisa ser presidente, Bolsonaro acena para o fato de estar inelegível até 2030 por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ato, organizado pelo pastor Silas Malafaia e transmitido por redes bolsonaristas, teve como lema “Justiça Já” e reuniu, segundo o Monitor do Debate Político da USP e Cebrap, cerca de 12,4 mil pessoas.O número é bem abaixo dos eventos realizados nos primeiros meses de 2024. Apesar disso, o evento contou com a presença de importantes figuras políticas e reforçou a estratégia bolsonarista de transferir capital eleitoral para o Legislativo.
Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, voltou a se declarar perseguido politicamente. “Não tem nada contra mim”, afirmou, criticando os inquéritos e o ministro Alexandre de Moraes. O foco do discurso, no entanto, foi menos em sua defesa pessoal e mais em um plano institucional. Ele quer transformar o PL, partido comandado por Valdemar Costa Neto, em uma máquina parlamentar robusta, com controle significativo do Congresso a partir de 2026.
Estrutura de apoio
Ao lado de Bolsonaro estavam o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), os governadores Cláudio Castro (PL-RJ), Jorginho Mello (PL-SC) e Romeu Zema (Novo-MG), além de parlamentares como Flávio Bolsonaro, Bia Kicis e Gustavo Gayer. Os discursos seguiram a linha de exaltação do legado do governo Bolsonaro, ataques ao STF e críticas ao governo Lula. Tarcísio foi direto ao ponto: “Fora PT!”, disse, em tom de campanha.
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