José Guimarães afirma que se o aumento do IOF for derrubado, será preciso buscar novas fontes de receita Foto Marina Ramos Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados deve votar, ainda nesta quarta (25), o projeto que susta o decreto presidencial que aumentou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), surpreendendo o governo e acelerando a tramitação da medida.

José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, reconheceu que “há maioria no Congresso para derrubar a alta do IOF” e admitiu a derrota antecipadamente. “É uma derrota para o governo, eu reconheço. Mas é uma derrota para o país” , declarou durante entrevista à GloboNews.

Segundo Guimarães, se o Congresso decidir rejeitar o imposto, será necessário compensar a perda de receita com cortes em outras áreas do Orçamento, incluindo emendas parlamentares. “Se o Congresso disser ‘não queremos o IOF’, terá que cortar em outro lugar. E isso afetará todas as áreas do governo”, alerta.

Impactos fiscais e defesa da justiça social

O líder governista lembrou que o governo aprovou o novo arcabouço fiscal e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, trabalha para equilibrar as contas. Contudo, ele alertou que sem a arrecadação extra do IOF a meta fiscal não será alcançada: “A verdade é que queremos fazer valer o arcabouço, e para isso é preciso garantir fontes de receita, como o IOF”, explica.

Em suas publicações no antigo Twitter (atual X), Guimarães enfatizou que a rejeição ao imposto prejudica os mais pobres, enquanto os ricos continuam isentos de pagar. “Esta não é uma derrota do governo. É uma derrota dos que defendem a justiça fiscal neste país”, argumenta.

Ele lembrou ainda que grande parte dos lucros gerados no mercado financeiro e as renúncias fiscais (que chegam a R$ 800 bilhões, ou 4,8% do PIB) beneficiam sobretudo empresas de alto patamar econômico.

Até a publicação deste conteúdo, a votação ainda não havia iniciado.