DESESTATIZAÇÃO

Paulo Guedes afirma estar frustrado por não ter realizado nenhuma privatização

Por Marcelo - Em 10/11/2020 às 12:55 PM

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta terça-feira (10) estar muito frustrado por ainda não ter realizado as privatizações que pretendia, na abertura do evento “Boas práticas e desafios para a implementação da política de desestatização do Governo Federal”, na Controladoria-Geral da União, em Brasília.

Paulo Guedes queria ter privatizado algumas empresas estatais                  Foto: Divulgação

“Estou bastante frustrado com o fato de a gente estar aqui há dois anos e não ter conseguido vender uma estatal. Até por isso um dos nossos secretários foi embora. Entrou outro com muita determinação e mais juventude. Quem sabe ele aguenta o tranco e vai conseguir entregar mais”, disse, referindo-se a Salim Mattar, que deixou a Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercado em agosto e cujo cargo foi assumido por Diogo Mac Cord de Faria.

Guedes disse que a estrutura atual do Estado foi moldada na época do regime militar, com investimentos em infraestrutura, e é preciso remodelar o País. “A estrutura do Estado foi montada durante um regime politicamente fechado, que desenhou um plano de aprofundamento da infraestrutura. Foi um legado que o regime militar deixou”.

Para o ministro, o Estado não está conseguindo atender a sociedade em suas demandas por segurança pública, saúde e saneamento. “As empresas estatais, ao longo do tempo, algumas avançaram e outras se perderam. Temos o caso típico de água e saneamento, que agora nós fizemos o marco regulatório, que é um avanço, vai trazer muitos recursos para a área”, disse.

Guedes acrescentou que “não é razoável” que o Brasil tenha 100 milhões de pessoas sem esgoto e 35 milhões sem água corrente em casa. “Enquanto isso, as tarifas de água e esgoto subiram, os salários do funcionalismo nessas empresas subiu também. A única coisa que caiu foram os investimentos em água e esgoto”, argumentou.

Entretanto, o ministro disse que esse processo de mudança na estrutura do Estado é irreversível. “Uma sociedade aberta não quer um Estado com a estrutura atual. O Estado está aparelhado, não está eficiente, não consegue fazer as metas universais de fraternidade pela ineficiência e politização dessas ferramentas”, disse.

Paulo Guedes afirmou ainda que acordos políticos têm impedido as privatizações. “Tem acordo político na Câmara, no Senado, que não deixa privatizar. Precisamos recompor o nosso eixo político para conseguir fazer as privatizações prometidas”, concluiu.

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