Pesquisa lançada hoje, 8, mostrou índices positivos para Lula. Foto: Ricardo Stuckert/PR

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu dois pontos percentuais em outubro e chegou a 48%, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (8). A desaprovação recuou para 49%, dois pontos abaixo do índice registrado em setembro, quando era de 51%. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. 

O levantamento ouviu 2.004 eleitores em todo o país entre os dias 2 e 5 de outubro. A melhora nos índices foi impulsionada por segmentos decisivos do eleitorado, como o centro político, as mulheres e adultos de meia-idade. Lula chega a um ano da eleição com saldo entre aprovação e desaprovação praticamente neutro: –1 ponto.

Fatores de impulsão

A aprovação entre as mulheres subiu de 48% para 52%, enquanto a desaprovação caiu de 48% para 45%. Na faixa etária de 35 a 59 anos, o presidente tem 51% de aprovação e 46% de desaprovação. Entre eleitores sem posição política definida, a rejeição recuou de 50% para 48%, empatando tecnicamente com os 46% de aprovação.

A reforma do Imposto de Renda foi o tema mais conhecido entre os entrevistados, com 68% de taxa. O apoio da população é de 79% para a isenção e de 64% para taxar os mais ricos. Para 41%, a medida trará melhora significativa nas finanças pessoais — expectativa compartilhada por 36% dos eleitores bolsonaristas.

Na relação Brasil X EUA, 49% dos eleitores acreditam que Lula saiu mais forte politicamente após o encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na ONU. 27% avaliam que ele saiu enfraquecido. Os dados foram coletados antes do telefonema entre os dois líderes, ocorrido em 6 de outubro. 

Já a percepção sobre a economia mostra sinais mistos. Para 43%, a situação do país deve melhorar nos próximos 12 meses, ante 40% em setembro. Já a fatia que espera piora caiu de 37% para 35%. Apesar disso, 56% ainda acreditam que o Brasil está na direção errada, e 36% acham que segue no caminho certo.

Desempenho da gestão

O percentual dos que consideram a gestão “ótima” ou “boa” passou de 31% para 33%, enquanto os que classificam como “ruim” ou “péssima” caiu de 38% para 37%. Para 27%, o governo é “regular”. 

Em relação ao governo de Jair Bolsonaro (PL), a percepção sobre o desempenho de Lula caiu de 51% para 42% entre os que consideram a atual gestão pior do que o esperado, enquanto subiu de 14% para 20% a parcela que avalia o governo melhor do que imaginava. A influência do “espelho Bolsonaro” permanece relevante entre eleitores sem alinhamento político definido. 

Outros tópicos

O debate sobre a chamada “PEC da Blindagem” teve baixa repercussão, pois 54% não souberam da votação e 62% desconheciam a rejeição da proposta no Senado. Entre os que acompanharam o tema, 39% acreditam que o governo saiu fortalecido.

A segurança segue como o tema que mais preocupa os brasileiros, com 30% das menções, ante 28% no mês anterior. Questões sociais (18%), econômicas (16%) e corrupção (14%) aparecem na sequência.

Avaliação do instituto

Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, a melhora da popularidade de Lula está associada a uma série de fatos positivos recentes. “A começar pelo rápido encontro de Lula e Trump [na Assembleia Geral da ONU], que passou a impressão de que Lula se saiu mais forte politicamente”, afirmou.

Nunes também destacou a aprovação da isenção do Imposto de Renda pela Câmara dos Deputados. “O mais impressionante neste caso é constatar que a expectativa positiva aumentou em todos os segmentos políticos, mas cresceu especialmente entre bolsonaristas e na direita não bolsonarista”, enfatizou.

O diretor acredita que os dados indicam “um quadro consistente de recuperação da popularidade” do governo. Ele observa, no entanto, que o Planalto ainda enfrenta desafios. “O país se divide quando o assunto é a boa intenção do presidente. A maioria continua avaliando que Lula não tem conseguido cumprir suas promessas. E o governo também não conseguiu ainda reverter a avaliação de que o país está indo na direção errada”, finalizou.