Autonomia nacional
Presidente Lula critica tentativas de interferência externa em Cuba e na Venezuela
Por Julia Fernandes Fraga - Em 17/10/2025 às 11:58 AM

Presidente brasileiro se manifestou sobre situação de Venezuela e Cuba. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Sem mencionar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a soberania da Venezuela e de Cuba durante um evento do PCdoB, em Brasília. As declarações ocorreram em meio ao aumento da pressão dos Estados Unidos contra o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.
“Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. O Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca vai ser o Brasil, cada um será ele [próprio]. O que defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino, e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba”, afirmou Lula na ocasião.
Ele também criticou a permanência de Cuba na lista dos países que patrocinam o terrorismo. “O que nós dizemos publicamente é que Cuba não é um país de exportação de terroristas. Cuba é um exemplo de povo e dignidade”, defendeu.
Contexto
As declarações do presidente brasileiro ocorreram um dia após Trump confirmar que autorizou a CIA a realizar operações secretas na Venezuela com o objetivo de derrubar o governo de Caracas, medida considerada uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas (ONU).
O Brasil, junto da maioria dos países da América Latina, já havia manifestado preocupação com a presença militar norte-americana nas águas do Caribe.
Em relação a Cuba, desde a década de 1960, os Estados Unidos mantêm um embargo econômico e financeiro contra o país, que pune empresas e embarcações que comercializam com a ilha. Com o início do novo governo Trump, as medidas contra o país foram reforçadas, incluindo ameaças a nações que contratam serviços médicos cubanos — uma das principais fontes de receita do governo de Havana.
Movimentação militar no Caribe
Desde agosto, os Estados Unidos têm deslocado milhares de militares, navios de guerra e aviões para o Caribe sob a justificativa de combater o tráfico de drogas proveniente da Venezuela. De acordo com a imprensa norte-americana, o Exército teria realizado seis ataques a embarcações, resultando em mais de 30 mortes.
O governo de Nicolás Maduro acusa Washington de buscar uma “mudança de regime” e promete denunciar as ações no Conselho de Segurança da ONU.
Para especialistas, o interesse norte-americano na Venezuela é geopolítico, considerando que o país possui as maiores reservas de petróleo do mundo e não integra cartéis produtores de drogas.
Outros avaliam que as ações do governo Trump estabelecem um precedente perigoso, podendo abrir caminho para novas intervenções de Washington em países da região sempre que seus interesses forem contrariados, a exemplo do que ocorreu durante a Guerra Fria com o apoio a regimes militares latino-americanos.
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