Disputa Interna
PT escolhe novo presidente neste domingo após sete anos sem eleição nacional
Por Marlyana Lima - Em 05/07/2025 às 10:49 PM

Plenária do PT, realizada na sexta-feira, reuniu lideranças estaduais do partido em torno do candidato Edinho Silva – Foto: Reprodução/Instagram
Neste domingo, 6 de julho, o Partido dos Trabalhadores (PT) deve definir a sua nova composição interna através do Processo de Eleição Direta (PED) que irá apontar os próximos dirigentes do partido nas esferas municipal, estadual e nacional. O pleito, que não ocorria há sete anos, marca a sucessão da ex-presidente Gleisi Hoffmann, que deixou o comando do partido para assumir a Secretaria de Relações Institucionais no governo Lula.
No centro da disputa nacional estão quatro nomes que simbolizam diferentes correntes e visões dentro do PT: Edinho Silva (Construindo um Novo Brasil – CNB), Romênio Pereira (Movimento PT), Rui Falcão (Novo Rumo) e Valter Pomar (Articulação de Esquerda). Caso nenhum candidato alcance maioria no primeiro turno, a decisão será empurrada para o segundo turno, marcado para o dia 20 de julho — algo que não acontece na sigla desde 2007.
O favoritismo recai sobre Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e ex-ministro da Secom no governo Dilma, que conta com a simpatia do presidente Lula e apoio da corrente majoritária CNB. Edinho vem costurando alianças nos bastidores, inclusive com grupos rivais nos estados, apostando na vitória já no primeiro turno.
Na sexta-feira, 4 de junho, participou da plenária cearense e confirmou apoio do Ministro da Educação Camilo Santana; do governador Elmano de Freitas; do prefeito Evandro Leitão e do deputado José Guimarães, entre outros políticos.
Edinho, em debate recente, destacou que o foco do PT deve ser a reeleição de Lula em 2026. Sua candidatura, no entanto, também concentra as maiores resistências entre os adversários, que buscam evitar a concentração de poder da CNB e forçar um segundo turno.
Prioridade dos candidatos
Romênio Pereira, um dos fundadores do partido e atual secretário de Relações Internacionais da sigla, representa o Movimento PT. Com forte atuação na região Norte, ele defende um partido mais atento às bases nos pequenos e médios municípios, e propõe redistribuição de recursos para setoriais como o de população negra e LGBTQIA+. Assim como Edinho, considera a reeleição de Lula a prioridade central da estratégia política do partido.
Já Rui Falcão, ex-presidente nacional do PT entre 2011 e 2017, tenta um retorno ao cargo com o discurso de que o partido precisa retomar bandeiras históricas, como a taxação dos super-ricos e a redução da jornada de trabalho. Com apoio do MST e setores da esquerda sindical, Rui critica a atual condução do partido, afirmando que há risco de acomodação diante do conservadorismo do Congresso Nacional.
Com discurso mais ideológico e voltado à crítica interna, Valter Pomar representa a Articulação de Esquerda e é o candidato que mais vocaliza a insatisfação com o que chama de “descaracterização ideológica acelerada” do partido. Ele defende uma reestruturação partidária e um programa de mudanças estruturais, incluindo a retomada da agenda de reformas, como a agrária, e maior presença nos territórios populares.
Reconfiguração do PT
A eleição acontece em um momento de reconfiguração do PT, que, embora no comando da Presidência da República, vive um cenário de disputas internas e pressão por maior alinhamento entre as instâncias partidárias e o governo. O resultado do PED deste ano pode consolidar a hegemonia da CNB ou indicar uma nova correlação de forças internas no partido mais influente da esquerda brasileira.
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