Comando do partido
PT vive crise interna em Minas Gerais e Humberto Costa endurece contra judicialização da eleição
Por Marlyana Lima - Em 07/07/2025 às 1:43 AM

Cúpula do Partido dos Trabalhadores acompanhou a eleição interna realizada em diretórios de todo o País – Foto: Divulgação
A eleição para a presidência nacional do Partido dos Trabalhadores (PT) ganhou contornos de crise neste fim de semana, após a suspensão do pleito em Minas Gerais por decisão judicial. O adiamento foi motivado pela disputa da deputada federal Dandara Tonantzin, que entrou na Justiça para garantir sua candidatura à presidência do diretório estadual, apesar de ter sido inicialmente barrada por inadimplência com a sigla.
O presidente em exercício do PT, senador Humberto Costa, reagiu duramente à medida judicial, classificando o episódio como “completamente inaceitável” e alertando para possíveis consequências internas.
A Executiva Nacional da legenda se reunirá na próxima terça-feira (8) para decidir uma nova data para a eleição mineira, considerada estratégica por representar uma das maiores bancadas estaduais do PT na Câmara dos Deputados e ser um termômetro político relevante para a eleição de 2026.
Conflito interno trava resultado nacional
A paralisação do processo em Minas Gerais impede a divulgação do resultado final da eleição nacional do partido. A depender da margem de votos, uma prévia poderá ser anunciada nesta segunda-feira (7), caso o primeiro colocado tenha vantagem que torne o resultado mineiro irrelevante para o desfecho.
O principal favorito é o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ligado à corrente majoritária “Construindo um Novo Brasil” (CNB). A tendência defende uma linha mais moderada e pragmática, voltada à ampliação de alianças ao centro para sustentar a governabilidade e viabilizar a reeleição de Lula em 2026.

O presidente Lula votou no pleito interno do PT que vai escolher o novo presidente do Partido
Do outro lado, alas minoritárias do partido reivindicam uma guinada mais nítida à esquerda. Entre os concorrentes estão nomes com maior identificação com essa linha, como o ex-presidente do partido e deputado federal Rui Falcão, o secretário de Relações Internacionais Romênio Pereira, e o dirigente da Fundação Perseu Abramo Valter Pomar.
Nos bastidores, dirigentes aliados a Edinho veem a judicialização como uma tentativa de setores minoritários de enfraquecer a legitimidade da disputa e adiar o fortalecimento de uma direção alinhada à reeleição de Lula.
O que está em jogo
A eleição interna do PT, que define a presidência nacional até 2029, vai muito além da escolha de um dirigente: ela molda a estratégia política da legenda para os próximos quatro anos e define o tom da articulação institucional no Congresso. O próximo presidente também terá papel direto na coordenação da campanha de Lula à reeleição, caso ele confirme sua candidatura.
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