Em cenários de segundo turno, Lula perde para todos os adversários dentro da margem de erro Foto Fábio Rodrigues- Pozzebom/Agencia Bbrasil

A avaliação negativa do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou queda, segundo levantamento da CNT/MDA divulgado nesta terça-feira (17). O índice de desaprovação caiu de 44% em fevereiro para 40,4% em junho. Apesar da redução, a avaliação positiva da gestão segue praticamente estável, com 28,6%, enquanto 29,6% dos entrevistados classificam o governo como regular. A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 15 de junho, com 2.002 entrevistas presenciais em todo o país, e margem de erro de 2,2 pontos percentuais.

Avaliação regional e perfil do eleitorado

O desempenho de Lula apresenta grande variação conforme a região. No Nordeste, a gestão é vista de forma mais favorável, com aprovação de 41%. Já no Sudeste, a avaliação positiva é a menor do país, com apenas 23%, enquanto a negativa chega a 47%.

A análise por nível de escolaridade também revela diferenças importantes. Entre os que têm apenas o ensino fundamental, 43% avaliam o governo positivamente. Já entre os que possuem ensino superior, esse índice cai para 20%, com uma taxa de reprovação que alcança 53%. A renda também influencia a percepção do governo. A maior aprovação vem de quem recebe até dois salários mínimos (35%). Entre os que ganham acima de cinco salários mínimos, apenas 23% têm avaliação positiva, enquanto 53% reprovam a gestão.

Religião e faixa etária

Entre os católicos, 33% avaliam o governo como positivo, enquanto 36% o reprovam. Entre os evangélicos, o cenário é mais desfavorável ao presidente: 53% têm avaliação negativa e apenas 18% positiva. A aprovação também é maior entre os eleitores com mais de 60 anos (38%) e menor entre aqueles de 25 a 34 anos (24%). A faixa entre 35 e 44 anos concentra o maior índice de reprovação, com 47%.

Aprovação pessoal de Lula permanece estável

O desempenho pessoal do presidente segue com altos índices de desaprovação: 52,9%, número pouco inferior ao registrado em fevereiro (55,3%). A aprovação pessoal oscilou positivamente, passando de 40,5% para 40,7%.

Expectativas para emprego, renda e segurança

O levantamento identificou leve melhora nas expectativas para o mercado de trabalho, com a parcela que espera aumento de vagas subindo de 30% para 31%. Já o grupo que projeta piora no setor caiu de 32% para 27%. No entanto, o otimismo segue em um dos níveis mais baixos desde o início do mandato. Em relação à segurança pública e educação, a percepção da população piorou, com avaliações mais negativas nas duas áreas.

Cenário eleitoral para 2026

O levantamento simulou cenários para as eleições presidenciais de 2026. Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) aparecem tecnicamente empatados tanto no primeiro quanto no segundo turno. Em um eventual confronto direto, o ex-presidente teria 43,9% das intenções de voto contra 41,4% de Lula.

Sem Bolsonaro na disputa, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, desponta como principal adversário do petista. Em simulação de segundo turno, a diferença entre os dois também é mínima: 41,1% para Lula e 40,4% para Tarcísio. Outras simulações mostram Ciro Gomes, Fernando Haddad e Michelle Bolsonaro com desempenhos variáveis, dependendo dos cenários testados.