diplomacia
Senadores se reúnem nos EUA para tentar barrar tarifas de 50%
Por Aflaudisio Dantas - Em 27/07/2025 às 5:22 PM

Parlamentares tentam acordo em paralelo aos esforços do Governo Brasileiro Foto: Divulgação/Flickr/nelsontradfilho
A comitiva oficial de senadores brasileiros realizou, na noite de sábado (26), sua primeira reunião de trabalho em Washington, no início da missão que visa debater a ameaça de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, previstas para entrar em vigor em 1º de agosto.
Estiveram presentes no encontro preparatório os senadores Teresa Cristina (PP‑MS), Nelsinho Trad (PSD‑MS), que também coordena a missão como presidente da Comissão de Relações Exteriores, Esperidião Amin (PP‑SC), Marcos Pontes (PL‑SP) e Fernando Farias (MDB‑AL). Já os senadores Carlos Viana (Podemos‑MG), Jacques Wagner (PT‑BA) e Rogério Carvalho (PT‑SE) devem se juntar ao grupo ainda neste domingo.
A reunião teve caráter estratégico: atualizar os parlamentares sobre os temas prioritários e alinhar os principais pontos que serão levados aos interlocutores nos próximos compromissos, entre congressistas dos EUA e representantes do setor produtivo norte-americano. Segundo o senador Nelsinho Trad, “essa preparação é fundamental para garantir uma atuação coesa, institucional e estratégica em nome do Brasil”.
O cenário político norte-americano favorece o alcance da missão, já que o Congresso dos EUA inicia seu recesso: a Câmara dos Deputados entrou em pausa na semana anterior, e o Senado americano terá sessões apenas até 31 de julho. Assim, as tratativas previstas deverão se concentrar em audiência com empresariado, incluindo encontros como os agendados na Embaixada do Brasil e na U.S. Chamber of Commerce, ainda que formalmente com agenda paralela à atuação legislativa tradicional.
O alvo central da missão brasileira é o chamado “tarifaço”: o anúncio feito por Donald Trump em 9 de julho, de tarifas de 50% sobre as importações brasileiras a partir de 1º de agosto, em retaliação à acusação de tratamento ao ex‑presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump e réu em processos no Brasil.
Governo federal também se movimenta
O Brasil já respondeu com mobilização diplomática: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou os EUA de ignorar tentativas de negociação, referindo-se a dez reuniões e uma carta formal enviada em 16 de maio, sem resposta oficial, além do anúncio via rede social de Trump.
A lei de reciprocidade comercial aprovada pelo Congresso brasileiro também foi acionada: caso não haja acordo, o Brasil poderá aplicar tarifas equivalentes de até 50% sobre produtos americanos. Enquanto isso, senadores americanos enviaram carta ao presidente Trump classificando a taxação como “claro abuso de poder”, alertando que interferir no sistema jurídico de outro país cria “precedente perigoso” e pode desencadear uma “guerra comercial desnecessária”.
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