Cenário eleitoral

Tarcísio acena ao mercado em NY e reforça especulações sobre 2026

Por Anchieta Dantas Jr. - Em 18/05/2025 às 1:00 AM

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Principal atração da Brazil Week, evento promovido por instituições financeiras com sede nos EUA, o governador discursou no Museu de Arte Moderna (MoMA) Foto: Agência Brasil

Em passagem por Nova York na última semana, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), reforçou sua imagem junto ao mercado financeiro e alimentou rumores sobre uma possível candidatura à Presidência em 2026. Em meio a encontros com executivos, banqueiros e investidores, Tarcísio assumiu tom nacional e foi tratado como presidenciável por parte da elite empresarial brasileira.

Principal atração da Brazil Week, evento promovido por instituições financeiras com sede nos EUA, o governador discursou no Museu de Arte Moderna (MoMA) em almoço organizado pelo Citi na terça-feira (13). Em sua fala, defendeu responsabilidade fiscal, criticou o aumento de gastos do governo federal e citou o caso argentino como exemplo de recuperação possível via reformas. “O papel da política neste momento é oferecer segurança e tranquilidade”, afirmou, em referência à agenda liberal do presidente Javier Milei.

Foco além de SP

Mesmo liderando o estado mais rico do país, Tarcísio centrou parte de suas falas em temas federais. Abordou o orçamento da União, defendeu controle de despesas e se mostrou alinhado ao receituário econômico que agrada ao mercado. A desenvoltura chamou atenção de empresários e diretores financeiros, que o viram como nome viável para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.

De perfil técnico e ex-ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro, Tarcísio ainda evita falar sobre candidatura. Mas, segundo apuração da Bloomberg News, três pessoas que participaram de reuniões privadas com o governador afirmaram que ele tem, sim, interesse na disputa. Por ora, o silêncio é estratégico. Para concorrer, ele precisaria deixar o cargo até abril de 2026.

Sucessão e expectativa

A preferência por Tarcísio entre executivos também está ligada ao desgaste de Bolsonaro, que permanece inelegível e às voltas com investigações sobre tentativa de golpe. Embora siga como principal liderança da direita, o ex-presidente ainda não apontou um sucessor. O governador paulista, por sua vez, é visto como alternativa mais moderada e palatável a setores do centro e do empresariado.

A expectativa sobre os rumos de 2026 cresce em meio à deterioração dos indicadores fiscais. A política econômica do governo Lula, com foco em crescimento via gasto público, tem elevado a dívida e pressionado a inflação. A recente alta dos juros básicos ao maior nível em quase 20 anos acendeu novo alerta nos mercados.

Com respaldo técnico, trânsito institucional e apoio discreto do capital financeiro, Tarcísio sai de Nova York com o nome em alta. A dúvida que permanece é quando — e se — ele romperá o silêncio para confirmar que quer mais do que o Palácio dos Bandeirantes. (Com informações da Bloomberg News)

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