Tasso afirmou que Ciro se colocou à disposição como um “soldado” do projeto Foto: divulgação

O ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) afirmou em reunião realizada nesta terça-feira (15) com deputados federais e estaduais no escritório político da Torre Iguatemi, em Fortaleza, que Ciro Gomes aceita ser candidato a governador em 2026. Segundo Tasso, a condição para isso acontecer seria a formação de uma aliança robusta capaz de fazer frente ao atual governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT). O primeiro passo para tal cenário se viabilizar seria Ciro se desfiliar do PDT.

A articulação vem sendo construída em duas frentes: no Ceará, com lideranças locais de partidos como PL, União Brasil, PP e dissidentes do PDT; e em Brasília, onde Ciro esteve reunido com Tasso e nomes como Aécio Neves, Marconi Perillo e Adolfo Viana, presidente do PSDB na Câmara. O objetivo do encontro foi discutir a possibilidade de filiação de Ciro aos tucanos, reforçando a tese de que ele poderia ser uma figura de consenso para liderar a oposição ao governador Elmano de Freitas (PT).

Na reunião em Fortaleza, os parlamentares saíram com a impressão de que Ciro está pronto para assumir um papel de “soldado do partido”, ou seja, cumprir uma missão estratégica em nome do grupo político ao qual vier a se filiar. A movimentação de Tasso também demonstra o esforço de reunir antigos aliados e adversários do PT numa frente comum, repetindo, em parte, a experiência de alianças bem-sucedidas que o ex-governador liderou nas décadas anteriores.

A oposição aposta no desgaste do governo atual e vê na eventual candidatura de Ciro um trunfo para polarizar o cenário político local. A presença de partidos com estrutura, tempo de TV e base eleitoral consistente também é vista como um diferencial importante para dar competitividade ao projeto. Embora ainda sem definições formais sobre chapa ou filiações, o grupo oposicionista acredita que há viabilidade política e eleitoral para enfrentar o PT em 2026.

Com o pé fora do PDT

A possível saída de Ciro Gomes do PDT, embora ainda não oficializada, é tratada como um caminho natural por seus interlocutores, diante do distanciamento político entre ele e a atual direção do partido no Ceará. Deputados estaduais como Cláudio Pinho, Queiroz Filho e Antônio Henrique estariam entre os que avaliam seguir Ciro numa eventual nova configuração partidária.