Donald Trump discursou na ONU após Lula. Foto: Reprodução/Youtube Veja

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, destacou nesta terça-feira (23), durante discurso na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o breve encontro que teve com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o republicano, os dois se abraçaram nos bastidores e combinaram de se reunir na próxima semana.

“Nós não tivemos muito tempo para falar aqui, foram tipo, 20 segundos, mas conversamos, tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem, se for do seu interesse. Ele parecia um homem muito legal, na verdade, ele gostava de mim, eu gostava dele. E eu só faço negócios com pessoas de quem gosto. Tivemos ali uma química excelente e isso foi um bom sinal”, relatou Trump. 

Esse foi o primeiro contato direto entre os dois presidentes desde que retornaram ao poder — Lula em 2023 e Trump em 2025. O gesto do abraço e a promessa de reunião na próxima semana marcam um raro momento de aproximação em meio ao clima de tensões comerciais e políticas.

Tarifas e críticas ao Brasil

Por outro lado, o presidente estadunidense também abordou, de forma crítica, a política comercial entre os dois países. Ele disse que o Brasil impôs no passado tarifas injustas contra os Estados Unidos, motivo pelo qual seu governo aplicou sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros.

“Estamos revidando, e revidando com muita força”, e completou dizendo que o Brasil “só consegue se sair bem quando trabalham com os EUA. “Sem nós, eles fracassarão, assim como outros fracassaram”, acredita ele. 

Defesa da soberania americana

Em seu discurso, Trump também exaltou a política de defesa dos EUA, garantindo que “como presidente, sempre defenderá a soberania nacional e os direitos dos cidadãos americanos”.

O republicano voltou a citar o Brasil, acusando o país de “censura, repressão, armamento, corrupção judicial e perseguição de críticos políticos nos Estados Unidos”, o que, segundo ele, justifica as tarifas impostas.

Disputa de narrativas na ONU

O discurso de Trump ocorreu logo após a fala de Lula, que defendeu a soberania brasileira e a independência do Poder Judiciário, além do combate à pobreza e à fome, e a regulação das big techs. 

Na ONU, Lula condena intervenções unilaterais e defende soberania do Brasil

Enquanto o presidente brasileiro enfatizou que “a democracia e a soberania são inegociáveis”, Trump afirmou que os EUA não hesitarão em retaliar países que, segundo ele, atentem contra liberdades individuais.