Trump diz que tem mantido contato todos os dia com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu  Foto: Reprodução / Instagram

Em meio à crescente tensão no Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixou o mundo em alerta ao se recusar, nesta quarta-feira (18), a esclarecer se irá ou não autorizar um ataque militar contra instalações nucleares iranianas.

Durante uma conversa com repórteres na Casa Branca, Trump foi direto, mas enigmático. “Posso fazer. Posso não fazer. Ninguém sabe o que vou fazer”, disse.

Pressão crescente e conversas com Netanyahu

A declaração de Trump acontece apenas um dia após ele exigir a “rendição incondicional” do Irã. Além disso, o presidente confirmou que tem mantido diálogo constante com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que vem conduzindo uma ofensiva militar contra alvos iranianos na região. “Falo com ele todos os dias. Ele é um bom homem, está fazendo muita coisa”, afirmou Trump. Segundo o presidente americano, em uma ligação recente, ele teria incentivado Netanyahu a continuar com as ações militares.

Pentágono de prontidão

A possibilidade de uma intervenção militar americana ganha força com as declarações do secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth. Em depoimento ao Comitê de Serviços Armados do Senado, Hegseth garantiu que as Forças Armadas estão preparadas para agir imediatamente caso recebam a ordem.

“Se e quando essas decisões forem tomadas, o Departamento de Defesa estará preparado para executá-las”, disse o secretário, reforçando o clima de expectativa.

Mudança de postura na Casa Branca

De acordo com informações do jornal The New York Times, Trump, que nos primeiros meses de seu mandato vinha resistindo a um envolvimento militar direto, estaria agora avaliando seriamente o envio de tropas ou apoio aéreo a Israel.

Uma das opções em estudo envolveria o uso de aviões americanos para reabastecer caças israelenses durante uma eventual operação para destruir a instalação nuclear subterrânea de Fordo, no Irã. O plano incluiria o uso de bombas de até 13 toneladas, capazes de atingir estruturas protegidas no subsolo.

Analistas apontam que essa virada de postura de Trump representa uma mudança drástica em relação à posição diplomática que o governo americano vinha adotando até poucas semanas atrás.

Expectativa em Israel

Enquanto isso, em Jerusalém, o gabinete de segurança de Netanyahu foi convocado para uma reunião de emergência nesta noite, às 22h (horário local). Segundo o Times of Israel, o governo israelense aguarda uma definição de Washington para saber se poderá contar com o apoio militar direto dos Estados Unidos na ofensiva contra o Irã.

Risco de escalada internacional

Especialistas alertam que uma decisão favorável ao ataque pode desencadear uma escalada militar de grandes proporções, envolvendo não apenas Irã e Israel, mas também outras potências da região. Por enquanto, Trump segue apostando na imprevisibilidade que marca seu estilo de liderança.